Craque da bolinha

Oito anos se passaram e muita coisa aconteceu. O Brasil ganhou o direito de sediar Copa do Mundo e Olimpíadas, a economia global quebrou e o Obama achou o Osama. Mas, durante todo esse tempo, o Brasil ficou sem representante na semifinal de um torneio Masters 1000 da ATP. A última vez que isto aconteceu foi quando Gustavo Kuerten, que já sofria por conta de uma lesão no quadril, atropelou o americano James Blake, em Indian Wells.

Hoje a história mudou, a hora e a vez de Thomaz Bellucci chegou. Após vários tropeços durante toda a temporada e nenhum resultado expressivo, o brasileiro está na semifinal do Masters de Madrid e, amanhã, poderá ter pela frente o imbatível sérvio Novak Djokovic, número dois do mundo, segundo o ranking da ATP. Na partida desta sexta-feira, Bellucci venceu o tcheco Tomas Berdych (7º no ranking), por 2 sets a 0 com parciais de 7/6(2) e 6/3, em 1h33min.

Depois do mais significativo resultado do número 1 do Brasil, que ontem já havia atropelado Andy Murray (4º no ranking), as comparações com Gustavo Kuerten já eram esperadas. Não é a toa que o antigo treinador de Guga, Larri Passos, está trabalhando com Bellucci desde o fim de 2010. Quem sabe, Bellucci não reedita a famosa passada de esquerda, marca registrada de Guga.

Outro paralelo entre os jogadores é o piso no qual têm mais resultados bons: o saibro. Esta terra parece ser sagrada para os tenistas comandados por Larri Passos. Guga é tricampeão em Roland Garros e a maioria de seus títulos vem de torneios jogados nessa superfície. Com Bellucci, a história era inversa. O paulistano sempre apresentou seu melhor tênis em quadras duras e mais rápidas. Porém, desde que mudou de treinador, a “terra vermelha” transformou-se em território seguro nos torneios da ATP.

Com a participação na semifinal, Bellucci ganhará 360 pontos no ranking e saltará da 36ª posição para a 22ª, se aproximando do tão sonhado top 20. Bellucci tem qualidade e muita técnica. Resta saber se o azar e a falta de confiança nos momentos decisivos foram embora. Pelo menos nessa semana parece que sim. O brasileiro já atropelou três tops 10 (o terceiro foi o espanhol Fernando Verdasco) mostrado um tênis de primeira.

Depois de uma semana complicada para o futebol, em que quatro times nacionais foram eliminados da Libertadores, quem sabe Bellucci não coloca um sorriso no rosto dos brasileiros no domingo de manhã.


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