Em meio a dezenas de galerias, que movimentam a 20ª edição da arteBA, principal evento de artes plásticas de Buenos Aires, onde artistas já consagrados se mesclam a outros ainda engatinhando no mercado, mas de olho nos colecionadores, o Prêmio arteBA Petrobras surge como uma plataforma humorada e criativa para jovens artistas fora do sistema.
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Destinado a artistas até 35 anos, o Prêmio Petrobras, em sua sétima edição reuniu trabalhos provocativos que refletem sobre o homem contemporâneo e suas dificuldades de interação no caos global. O ganhador dessa edição, Carlos Herrera, propôs um discurso sensorial com o tema: Autorretrato sobre Minha Morte. A instalação, de pequena escala, composta por algumas roupas, um par de tênis e matéria orgânica, um polvo morto, tem o poder de atrair e repelir. À primeira vista, o espectador é chamado a aproximar-se, mas ao chegar perto é repelido pelo forte mau cheiro exalado da obra, já em deterioração. Herrera, assim, sintetiza seu trabalho: “Morrerei e, em seis dias, me deixarei ser visto e no sétimo, serei lixo. Desde os fins de 2009, a morte é um tema recorrente na minha mente. Fazer autoreetratos é um resumo concentrado de meus pensamentos sobre a morte”. E ele nos pergunta: “Quantos metros quadrados ocupa o cheiro da morte?”
Com forte torcida, de um público composto em sua maioria por jovens artistas, a cerimônia de premiação ocorreu no auditório da Feira arteBA, com a presença do CEO da Petrobras Argentina SA, Carlos Alberto da Costa. Em entrevista à ARTE!Brasileiros ele comentou o fato do prêmio ter tudo a ver com a Petrobras. “Nós também somos impulsionados pela energia e criação, tudo isso tem a ver conosco”. Neste ano, o prêmio recebeu 150 projetos, tendo sido selecionados sete. Os artistas, curadores, diretores de museus e animadores culturais argentinos podem ficar sossegados. A Petrobras vai continuar patrocinando a cultura, ao contrário dos boatos que rondavam o circuito de arte em Buenos Aires. Da Costa garante que a empresa vai continuar seus programas de incentivo. “Isso faz parte do nosso marketing, apostamos onde está a nossa marca.”
O presidente da fundação arteBA, Facundo Minujin, que também esteve presente na premiação, está satisfeito com o resultado do certame e espera que esse prêmio ocorra ainda por muitos anos. “Os vencedores das edições anteriores conseguiram se colocar no mercado de arte, isso dá chancela ao prêmio e, desse modo, podemos aferir o nível dos participantes.” Um evento dessa natureza, dentro da feira de arte, incendeia ainda mais a imaginação desses jovens. Facundo garante que 50% do que se vende, durante os seis dias de arteBA, corresponde à soma do que as galerias faturam durante o ano todo.
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