“Não vandalizamos o vestiário”, diz jogador da Croácia

Croatas cercam o meia Oscar, da Seleção Brasileira. Foto: Rafael Ribeiro/ CBF
Croatas cercam o meia Oscar, da Seleção Brasileira. Foto: Rafael Ribeiro/ CBF

O baiano Sammir, meio-campista naturalizado croata, de 27 anos, enfim, não chorou quando tocou o hino nacional brasileiro na estreia da Copa do Mundo, na quinta-feira (12), na Arena Corinthians, em São Paulo. Ele é o personagem principal da reportagem que Brasileiros traz neste mês aos leitores nas bancas, onde mostra que este é o Mundial com o maior número de jogadores brasileiros atuando por outras seleções. Na matéria, Sammir disse que não aguentaria quando ouvisse os acordes do hino do Brasil.

Neste sábado (14), Sammir atendeu novamente Brasileiros, desta vez na Bahia – onde os croatas se preparam para o jogo contra Camarões, no dia 18, quarta-feira, na Arena Amazônia, em Manaus – desta vez para falar sobre a experiência de ver o time verde e amarelo do outro lado, assim como a torcida no estádio e o clima que antecedeu a partida de quinta-feira, vencida pelo Brasil por 3 a 1. Também nega as acusações de que os croatas vandalizaram o vestiário do estádio. Confira a entrevista abaixo:

Brasileiros: Você acabou não entrando na estreia contra o Brasil. Como foi pra você ver a Seleção Brasileira do outro lado?
Sammir: O jogo em si, para mim, foi normal. O que mexeu comigo foi na hora do hino nacional brasileiro. Só naquele momento que a ficha realmente caiu e eu pensei que poderia entrar e jogar contra o meu próprio país.

Brasileiros: Chegou a chorar?
Sammir: Não chorei.

Brasileiros: Antes do jogo você falou com alguém sobre o fato de enfrentar o Brasil? Os jogadores, o treinador…
Sammir: Não, ninguém falou. O plano era eu entrar no segundo tempo da partida, mas eu não sei porque não aconteceu.

Brasileiros: O técnico disse que você entraria?
Sammir: Não, mas assim que começou o segundo tempo ele mandou eu aquecer. Pensei que entraria. Eu achei que se entrasse eu poderia fazer algo a mais no jogo para ajudar a Croácia.

Brasileiros: E o Eduardo [da Silva, outro brasileiro naturalizado croata da seleção local]. Ele também estava emocionado?
Sammir: Não, ele não estava. Mas nós cantamos o hino nacional juntos.

Brasileiros: Mudando de assunto, depois do jogo o Andrés Sanchez [responsável do Corinthians pelo estádio] e alguns membros da FIFA disseram que vocês vandalizaram o vestiário depois do jogo. O que de fato aconteceu?
Sammir: Eu não vi nada quebrado lá. O que eu vi foi um vazamento de água que estava desde o dia anterior, quando chegamos para fazer o treinamento e reconhecimento do gramado. Além disso, teve uma cadeira que não aguentou o peso da mala dos nossos fisioterapeutas e quebrou. Nós não fizemos nada no vestiário da arena depois do jogo. Mas é lógico que ficamos bravos depois da estreia, não era para menos.

Brasileiros: O Andrés chegou a chamá-los de “mal-educados” porque vocês, supostamente, jogaram uma bacia com água no chão.
Sammir: (risos) Eu não vi nada.

Brasileiros: Então não houve vandalismo?
Sammir: Já falei que não.

Brasileiros: Os jogadores da Croácia chegaram a ver essa crítica?
Sammir: Eu acho que não. Ninguém comentou nada depois do jogo e nem falou até agora. É uma crítica como qualquer outra. Não tem o que comentar.

Brasileiros: O técnico da seleção croata, Niko Kovac, disse que era para entregar a taça para o Brasil de uma vez. Acha que a arbitragem foi tendenciosa ou apenas errou?
Sammir: Eu não posso julgá-lo, mas ele errou e errou muito! E em uma Copa do Mundo ele não pode existir tantas falhas como aconteceu em São Paulo.

Brasileiros: A Federação Croata reclamou que o estádio estava incompleto. Você viu algo do tipo?
Sammir: Talvez por fora esteja faltando algo mesmo e alguns torcedores me disseram que a organização da Copa estava fora do nível. Eu, particularmente, gostei da Arena Corinthians.

Brasileiros: E você falou com alguém da Seleção Brasileira?
Sammir: Falei com o [volante] Fernandinho e com o [goleiro] Victor, que eram os únicos que eu conhecia. Mas não falamos nada demais. Sequer falamos do jogo, aliás.


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