Cadão Volpato dispensa apresentações, mas as merece. Há anos, ele nos mostra nosso próprio mundo, através de um olhar amplo e sensível de jornalista, músico e escritor, no programa Metrópolis, exibido pela TV Cultura. Pai de quatro filhos, a eles dedicou seu quinto livro, o primeiro voltado para o público infantil, Meu Filho, Meu Besouro (Editora Cosac Naify), lançado dia 6 de agosto em um evento realizado na Livraria da Vila da rua Fradique Coutinho, onde não se contentou em meramente assinar os exemplares.
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Rodeado por uma plateia composta por crianças e pais das mais variadas idades, e até mesmo por seu próprio pai, leu os poemas que compõem o livro, enquanto as belas ilustrações, desenhadas por ele mesmo, eram exibidas como animações em um telão. Não são simples poemas, são lições de vida, escritas de forma clara, que valerão para eles por toda a vida, como também valem para muitos dos adultos que lá estiveram, e que não resistiram em comprar um exemplar para suas próprias mesinhas de cabeceira. “Melhor não fugir do problema… Melhor encará-lo de frente”. “Herrar é umano (assim grafado)”, lições fundamentais, que quanto mais cedo aprendermos na vida, melhor.
O título é uma alusão ao clássico manual de filhos para pais de autoria do Dr. Benjamin Spock, Meu Filho, Meu Tesouro, conforme confessa Cadão, que, guiado por seu lado musical, apaixonado pelos Beatles, brinca com a tradução do termo Beatles/besouros, e assim passa a tratar seus filhos, e os filhos de todos, em delicados e carinhosos poemas. O resultado não apenas silenciou as crianças, mas emocionou os pais presentes. Tal como o título que o inspirou, já é um clássico para pais e filhos. Não é mais um livro infantil, é um colo de paizão, colo do Cadão, que escreveu esse tesouro, e ganhou, neste resenhista, mais um besouro.
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