A exposição de Newman Schutze, Pedra Caída, é marcada pelo tempo como elemento determinante, em conformidade com a sua obra. Desta vez, o artista usa o carvão sobre papel para reviver a figuração, estilo que aparece em seus primeiros trabalhos, e volta influenciado pelos últimos anos de sua trajetória, marcados pela abstração artística. Também há novidade na abordagem escolhida pelo artista. Se antes os resíduos eram acrescentados às obras, nas peças que compõem a individual Pedra Caída, que será exposta na galeria Eduardo Fernandes a partir de 1 de julho, a técnica utilizada é de apagamento, mostrando que a borracha também pode construir uma imagem, assim como o carvão é capaz de destruí-la.
A opção pelo material está diretamente ligada ao tempo pela memória do artista. Quando criança, Newman costumava sentar na plantação de café do pai, com papel e carvão em punho, para retratar os trabalhadores no campo e a paisagem que o rodeava. As obras retratam as forças da natureza, cachoeiras, vulcões, tempestades, queimadas. Remetem à reflexão presente no processo criativo do artista, cuja trajetória pessoal é marcada pela pesquisa e observação do desenho geológico, ou seja, a influência do tempo no formato estético dos elementos que compõem a natureza. Em 2013, o artista refez uma viagem ao Maranhão, onde observou e fotografou ondulações de rochas, que o inspiraram durante as primeiras experimentações na criação de figuras construídas e apagadas até atingir o resultado final, que estarão em exposição a partir de julho.
Serviço – Pedra Caída, de Newman Schutze
Galeria Eduardo Fernandes – Rua Harmonia, 145, Vila Madalena, São Paulo
(11) 3812.3894
De 1 de julho a 30 de julho
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