O que há por trás do banho de sangue em Gaza  

Segundo o UNICEF, cerca de 33 crianças morreram devido à escalada de violência na Faixa de Gaza. Foto: UNRWA/Shareef Sarhan
Segundo o UNICEF, cerca de 33 crianças morreram devido à escalada de violência na Faixa de Gaza. Foto: UNRWA/Shareef Sarhan

Para falar do que ocorre em Gaza nestes dias não se pode começar de outro modo que não seja chamar a atenção para a enormidade da tragédia. Trata-se, sem exagero, de um banho de sangue – e é preciso pausar e dar a estas palavras o seu verdadeiro sentido. Sobram as imagens, para ficar apenas com algumas, das crianças literalmente despedaçadas, e da vida que parece ter perdido qualquer significado à sua volta, as pessoas sendo engolidas por um buraco negro de desespero. 

Esse tipo de festival da morte é periodicamente celebrado pela aviação israelense e servido aos palestinos. Em Gaza esses são momentos de explosão do sofrimento que vem se somar à situação dramática, cotidiana e velha de vários anos, vivida naquele lugar pelos palestinos, prisioneiros a céu aberto, cercados de todos os modos e por todos os lados.

Para cada uma dessas campanhas de bombardeio, acompanhado ou não de invasão terrestre, costuma-se escolher uma explicação, uma causa e muitas vezes uma justificativa, que, no melhor dos casos, é apenas parcialmente verdadeira e, no mais das vezes, é mero pretexto. Neste último caso, o ponto de partida escolhido é o seqüestro e morte de três colonos israelenses. A mensagem que se passa, ainda que possa ser apenas subliminar, é que a culpa da explosão é dos palestinos, sempre.

A esse pretexto circunstancial e inicial que, neste caso, serviu a justificar primeiramente uma investida violenta contra a Cisjordânia e, em seguida, este ataque de grandes proporções contra Gaza, vem invariavelmente se somar o argumento de que Israel não faz outra coisa senão responder aos ataques de foguetes palestinos. Sempre, portanto, a carnificina é mera ação de legítima defesa.

Essa estratégia de justificação e esse discurso que visa determinar a representação que fazemos dos fatos encontram incrível sucesso. É tão poderosa a pressão para que as coisas sejam apresentadas e discutidas, pela imprensa e por todos os demais, de um modo pretensamente equilibrado, que dê conta dos argumentos com pretensões equivalentes de legitimidade, que, apesar da enorme disparidade das situações – da diferença entre o lugar e as pessoas tocados pelo banho de sangue e aqueles que estão em relativa segurança – as pessoas tendem a contar a história como aquela de violência recíproca e equiparável, normalmente começando com a perspectiva israelense e muitas vezes restringindo-se a ela.

A ideia de legítima defesa vem acompanhada de um slogan propagandístico, o de que todos os esforços são feitos para poupar a população civil e para usar os meios meramente necessários à própria proteção. As bombas inteligentes e os avisos prévios aos bombardeios são partes dessa propaganda. Ainda que se admita algo de verdade nisso, os resultados concretos mostram que nem uma nem outra coisa poupam de fato as vítimas civis e que ambas coisas são operações de lavagem da própria imagem.

E ao auto-elogio acopla-se a demonização do adversário, que se esconderia entre os civis e seria, por isso, o único responsável pela morte de mulheres, crianças e velhos atingidos pelas bombas inteligentes lançadas por pessoas de boa consciência. O argumento é de uma indecência indescritível e carrega muito de uma percepção racista do povo palestino como um todo e não apenas dos grupos armados. 

É preciso buscar, então, por trás do pretexto circunstancial e por trás do argumento usual da legítima defesa, acompanhados pela propaganda de sempre, as razões verdadeiras para esse tipo de campanha militar e para esta última série de ataques especificamente. 

As razões demandam um percepção do contexto que inclui fatos mais recentes e dinâmicas mais permanentes. Entre os primeiros está o acordo firmado recentemente entre Fatah e Hamas para a formação de um governo de união nacional, depois de anos de divórcio imposto pelas pressões israelenses e americanas.

O Hamas é o real adversário de Israel – junto a outros grupos da chamada resistência armada -, é um partido político com enorme representatividade na população palestina e, desde 2007, governa de fato a faixa de Gaza. Enfraquecer o Hamas, incentivando divisões dentro de seu corpo, separando-o do Fatah e da Autoridade Palestina, atacando sua base de apoio popular e tentando minar as suas capacidades militares, é um objetivo permanente para Israel. Esta última campanha visa cada um desses alvos.

E isso fica mais evidente considerando o que se chamou de dinâmicas permanentes. O fato é que, independentemente do que diga seu discurso oficial ou do que honestamente possam perseguir setores do establishment e da sociedade israelenses, o objetivo de longo prazo de Israel é o de privar os palestinos de um Estado próprio e o de manter o controle sobre toda a extensão territorial da Palestina histórica e sobre a população palestina remanescente. A expansão dos assentamentos é a prova inequívoca disso.

As campanhas periódicas são vistas como inevitáveis e tentam garantir que os palestinos não desenvolvam qualquer capacidade de resistência a esse projeto.

O problema, do ponto de vista israelense, é que, apesar de sua capacidade de impor o banho de sangue e de multiplicar os mortos e, apesar de seu razoável sucesso em operar as divisões e incentivar o dissenso entre as forças políticas palestinas, tudo indica que, militarmente, os grupos da resistência armada se mostram a cada ocasião mais aptas a infligir perdas e sofrimento relativamente maiores a Israel. Gradualmente parece se produzir uma capacidade razoável de dissuasão.

Isso aconteceu sistematicamente nas últimas confrontações com a resistência palestina em Gaza, assim como aconteceu no embate com o Hezbollah no Líbano.

Essa evolução tem conseqüências imediatas e outras de mais longo prazo. As primeiras explicam, por exemplo, ao menos em parte, a postura de Israel e aquela da resistência palestina em relação à proposta de cessar fogo. Israel parecia ansioso para dar efeito à trégua e os palestinos pensaram que esta não cabia se não fossem atendidas suas demandas: o fim do cerco a Gaza e a libertação de prisioneiros que tinham sido liberados como parte de uma troca negociada e logo presos novamente, entre outras.

Os egípcios, que fizeram a proposta e que tinham apadrinhado a última trégua, que se seguiu aos ataques de 2012, cometeram o erro de não consultar a resistência palestina antes – tendo consultado, no entanto, os israelenses –  e deram a impressão de estarem mais preocupados com os interesses de Israel. 

Já as implicações de longo prazo do equilíbrio embrionário de forças de dissuasão impõem um impasse aos projetos israelenses. Ao mesmo tempo em que se deteriora sua capacidade de se impor militarmente sem pagar um preço acima de suas capacidades, vai se desenhando o seu sistema social como um sistema de permanente ocupação e segregação. Um tal esquema não sobrevive. Ele será permanentemente ameaçado por movimentos de revolta que ali são conhecidos por intifadas e, inevitavelmente terminam por se desfazerem sob o peso de sua injustiça inerente.

Até agora, esse sistema de opressão e de ocupação sobrevive por força de sua capacidade de determinar em grande medida o discurso e as representações, e por conta de seus bons amigos entre os poderosos deste mundo.

Mas o absurdo vai mostrando rachaduras crescentes. Aumentam as resistências internas à própria sociedade israelense e fica cada vez mais difícil aos amigos de fora justificar o apoio incondicional. Crescem em força e em extensão as campanhas de boicote a Israel em vários segmentos, do comércio ao acadêmico.

Talvez seja o caso de países como o Brasil, que entretêm relações privilegiadas com Israel, apesar de uma posição de princípio muito positiva em relação ao drama palestino, começarem a considerar mais seriamente uma posição mais firme.

Enquanto o projeto israelense não apodrece sob o peso da ocupação e da injustiça ou, alternativamente, enquanto não é coroado de sucesso com a submissão total dos palestinos e sua anulação como povo autônomo, seguirão as campanhas militares que, além dos objetivos lembrados acima, servem a testar armas, inclusive as proibidas, e renovar arsenais.

E não há exagero, do ponto de vista técnico, jurídico, em dizer que os israelenses cometem crimes de guerra e crimes contra a humanidade no curso dessas campanhas. Nós só não pensamos muito nisso porque as fontes onde estamos acostumados a buscar nossas verdades não apontaram o dedo nessa direção.

*Salem H. Nasser é Professor de Direito Internacional da Direito FGV  


Comentários

17 respostas para “O que há por trás do banho de sangue em Gaza  ”

  1. Avatar de GILBERTO LUIZ MARTINS
    GILBERTO LUIZ MARTINS

    Quanto ao que o Mundo esta assistindo, apenas digo que isto sempre foi previsto.
    Desde o tempo de Nosso Senhor CRISTO.
    Este povo Israelense ainda não aprendeu que não adianta ficar detronando que é o povo de DEUS.
    DEUS não fala em matar,e sim em AMAR.
    Povo que já foi castigado pelo nosso DEUS e ainda não aprendeu.
    Como sabemos nas escrituras se fala no 3º ANTI-CRISTO.
    Estão procurando isto, que na verdade é a resposta que DEUS vai dar a este povo.
    Estão batendo em inocentes, e estão se apoderando de terras que não são deles.
    Mas fica apenas minha indignação e protesto a este povo que no meu ver são cegos
    a palavra de DEUS, como se intitulam povo de DEUS, devem cuidar em afirmar este
    ditado, porque DEUS em seus mandamentos fala:
    “NÃO SE DEVE CITAR MEU NOME EM VÃO”.
    Se este povo se intitula povo de DEUS, deveria estar na contramão da história.
    Deveria estar promovendo a PAZ e não a MORTE.
    VAMOS REZAR E ORAR MUITO PORQUE DEUS NÃO TERÁ PIEDADE.

  2. Se a mídia é controlada pelos árabes … então pq jornalistas em Gaza sofrem censura???
    http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/07/jornalistas-gaza/

  3. a toda ação agressiva uma reação agressiva, tem logica não é??? …. o Hamas nada mais é do que o produto da colonização e ocupação da Palestina pelos judeus sionistas! portanto, uma resistência … e siiiim o assassinato dos três jovens israelenses é um pretexto, o assassinato aconteceu, mas não há provas com relação aos assassinos, o Hamas disse não ter cometido… então porque israel atacou??? desde quando suspeitas são fatos ???? Se querem PAZ então PLANTEM A PAZ!
    http://sionismo.net/historia/sionismo-1/
    http://www.youtube.com/watch?v=URIzjnD8zXY

  4. Avatar de Menache Reznik
    Menache Reznik

    O sequestro e morte de 3 Israelenses não foi pretexto, foi fato, assim como também foi lamentável a morte do Palestino. O lançamento diário de mísseis (crime contra a humanidade) vindos de Gaza para Israel, com a população civil correndo para abrigos, não foi pretexto, também é fato. A recusa ao cessar fogo pelo Hamas não foi pretexto, foi fato e Israel aceitou prontamente porque, apesar do Sr. não acreditar, anseia por uma paz justa e não por medo. O estatuto do Hamas é fato. A utilização de residências, mesquitas, hospitais como base de lançamento de mísseis contra alvos civis são fatos. A expulsão do “moderado” Fatah de Gaza pelo Hamas foi fraticida e certamente está contribuindo para esta situação. O Sr. sugere uma revisão de posição do governo Brasileiro em relação a Israel, o que seria exatamente isto? cortar relações? incentivar demonstrações anti israelenses? permitir apoio logístico do Iran? poderia ser um pouco mais claro? A propósito, qual sua posição em relação ao conflito na Síria? no Iraque ? O que está ocorrendo em Gaza e em Israel é extremamente difícil. Achar que a população de Gaza ser avisada com antecedência é meramente uma propaganda é distorcer consequências, pois se Assad fizesse isto na Síria, certamente não seriam 200.000 mortos.

    1. Muita justificativa pouco esclarecimento! O óbvio não requer de palavras nem de explicações! Apesar das mídias oficiais controladas pelo governo sionista, as imagens que nos chegam por si só bastam! Nada pode esconder a dimensão genocidas das agressões impetradas por Israel contra o povo palestino, desalojado em seu próprio território, ao longo de mais de 80 anos(desde os anos 20), para ampliar seu território, isto é visível e é FATO! A inconsequente e nervosa construção de assentamentos ilegais em território palestino, sobre os escombros dos bombardeios sistemáticos ou demolições deliberadas é também FATO! A difícil convivência de colonos com os anfitriões, além de provocação, é FATO! Os “postos de controle” sob responsabilidade de soldados estrangeiros, debochados e assassinos é também FATO! Que o HAMAS é um partido representativo e governa a faixa de Gaza é também um FATO! Como é FATO que Israel no intuito de disseminar a discórdia e enfraquecer o partido AL FATAH (nos anos 80)é responsável pela sua criação.Também é FATO que Israel é responsável pelo desmembramento do território palestino, pelo cescente avanço de seu território. É também FATO que com as mídias sociais hoje, as meias verdades não convencem e, sequer as mentiras repetidas “cem vezes”, não mais adquirem o statos de verdade, graças a deus! Precisava dizer!

      1. Avatar de Menache Reznik
        Menache Reznik

        Gutierres, o fato de você colocar seu FATOS, não diminuem os meus fatos, então vamos aos fatos: E 1967 Gaza não foi tomado dos Palestinos, pois era território Egípcio, assim como a Cisjordânia também não, pois era território Jordaniano, o que ocorreu é que nem Egito e nem a Jordânia os quiseram de volta em acordos de paz. A discussão de Israel com o Fatah é em torno de fronteiras, assentamentos, territórios, volta de refugiados, status de Jerusalém, etc, visando a criação (justíssima) de um País (Palestina), respeitando o direito de Israel existir. A falta de discussão de Israel com o Hamas passa pelo “simples” fato do Hamas não reconhecer o direito à existência de Israel, pregando em sua carta de criação que Israel deva ser destruído assim como os Judeus que por lá estiverem (ou será que isso é invenção da tal da mídia controlada pelos Sionistas??). Quanto ao óbvio, nem sempre é tão óbvio assim, pois as mesmas fotos mostrando crianças Palestinas mortas já foram mostradas com estas mesmas crianças mortas na guerra civil da Síria, o que mostra o quanto é cruel e manipuladora uma guerra de (des)informações. Quanto ao Hamas ter sido legitimamente eleito, torna mais grave ainda a situação, pois com a legitimidade desta representação, deveria também ter vindo a responsabilidade de defender seu povo e não ficar disparando mísseis contra a população civil Israelense, sabendo que a reação de Israel iria ser forte.

  5. Avatar de Luiz Oliveira
    Luiz Oliveira

    Com o fim de enriquecer o debate – se há algum – sugiro ao ilustre autor, ainda que sem muita esperança, a leitura do excelente artigo do Dr. Guy Millière, L’HISTOIRE DU PROCHE-ORIENT ECLAIRE LE PRESENT.

  6. Avatar de João Canavezes
    João Canavezes

    Não sou judeu, tenho um ou outro amigo Judeu, mas estou realmente preocupado com isso.

    Para quem estuda história vê que os Judeus são assasinados sumariamente pelos mais diversos motivos e histórias. Sempre tomam algo de alguém, ou estão no lugar de outra pessoa. As pessoas somente esquecem que antes de 48 e munto antes também de responder as seguitnes perguntas:

    – Como os Judeus realmente se estabeleceram lá?
    – De quem foi a primeira chacina?
    – Como e por quê foram criados grupos para pimilares judeus
    – Quem foi o primeiro a atacar mesmo depois da resolucão da ONU que tornava Jerusalem território Neutro
    – O que foi a Crise dos vistos
    – Sequestro e morte nas Olimpíadas de Monique Alemanhã
    – Afundamento do Navio de contrabando que levava armas a Israel

    Quem manipula a imprensa são os Árabes com pretrólio. Durante as duas guerras foi assim, ninguém se metia ou resolvia por conta do pretóleo LEIAM antes de falar. Pq ninguém faz Movimentos as tribos de Israel que foram dizimadas, em sua maioria Idosos e e mulheres na primeira ofensiva Árabe?

    Por todo mundo, todos os programas tratam Judeu como uma raça inferior, sempre temos um ódio irracional achando que tudo é culpa deles, assim Hitler cresceu as barbas de toda a Humanidade isolando os Judeus no Chipre.

    NOvamente, LEIAM – Quem procurou guerra não foram os Judeus, eles se especializaram em defesa – possuem o melhor escudo anti aéreo do mundo por conta disso. Quando EUA foi atacado na guerra, jogou 2 bombas nucleares, quantas pessoas morreram em relação a Pearl Harbor.

    Hamas é covarde, foi chamado de covarde por lutar com mulheres e crianças enquanto os homens se escondem com atentados e em cavernas.

  7. Avatar de Moshe Waldmann
    Moshe Waldmann

    Prezado Salem Nasser,
    Peço-lhe publicar alguns trechos escolhidos dos Estatutos do Hamas que lhe envio abaixo, para que os leitores possam ter meios para avaliar o que realmente está por trás desta tragédia, deste banho de sangue em Gaza. Confio que, apesar de ter indicado em seu artigo o Hamas como “o real adversário de Israel”, isto seja apenas uma constatação sua e que sua linha de pensamento não se coadune com a do Hamas.
    Gostaria também de poder ler artigos seus sobre os conflitos que ocorrem no momento no Iraque e na Síria, onde a tragédia é muitíssimo mais intensa do que ocorre hoje em Israel e em Gaza. Se possível, também sobre o conflito religioso entre xiitas e sunitas, com frequentes ataques a bomba, de parte a parte, a civis nos mercados e nas mesquitas.
    Muito grato,
    Moshe Waldmann (Kfar Saba, Israel)

    Estatuto do Hamas
    Nota: esta é a tradução literal do Estatuto (Carta) de fundação do Hamas, tornada pública em 1988 e amplamente divulgada pelos sites palestinos oficiais.
    Esta tradução foi realizada a partir do original em árabe – e não de traduções para o inglês. Fonte:
    http://www.beth-shalom.com.br/artigos/estatuto_hamas.html
    Trechos escolhidos:
    Abraspas
    Israel existirá e continuará existindo até que o Islã o faça desaparecer, como fez desaparecer a todos aqueles que existiram anteriormente a ele. (segundo palavras do mártir, Iman Hasan al-Banna, com a graça de Alá).
    Por este Pacto, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) mostra a sua cara, apresenta sua identidade, clarifica sua posição, esclarece suas aspirações, discute suas esperanças, e conclama pelo apoio e suporte, e para que se juntem às suas fileiras, porque nossa luta contra os judeus é muito longa e muito séria, e exige todos os esforços sinceros. É um passo dado que deve ser seguido por outros passos; é uma brigada que deve ser reforçada por outras brigadas e mais outras brigadas deste vasto mundo islâmico, até que o inimigo seja derrotado e a vitória de Alá triunfe.

    Art. 7 O Movimento de Resistência Islâmica é um elo da corrente da jihad contra a invasão sionista. Acha-se conectado e vinculado ao (corajoso) levante do mártir “Izz Al-Din Al-Kassam e sua irmandade, os combatentes da jihad da Fraternidade Muçulmana no ano de 1936. Em seguida está relacionado e conectado a outro elo, a jihad dos palestinos, o empenho e a jihad da Fraternidade Muçulmana na guerra de 1948, e às operações da jihad da Fraternidade Muçulmana de 1968 em diante.

    Art. 13 As iniciativas, as assim chamadas soluções pacíficas, e conferências internacionais para resolver o problema palestino se acham em contradição com os princípios do Movimento de Resistência Islâmica, pois ceder uma parte da Palestina é negligenciar parte da fé islâmica.
    Não há solução para o problema palestino a não ser pela jihad (guerra santa).
    Iniciativas de paz, propostas e conferências internacionais são perda de tempo e uma farsa.
    Art. 22 Os inimigos têm feito planejamento inteligente e cuidadoso, durante muito tempo, a fim de chegar ao ponto em que chegaram, com emprego de métodos que afetam o curso dos acontecimentos. Dedicam-se a acumular imensos recursos financeiros que empregam para realizar os seus sonhos.
    Com dinheiro assumem o controle da mídia mundial – agências de notícias, jornais, editoras, serviços de radiodifusão, etc. Com dinheiro promovem revoluções em vários países mundo afora, para servir aos seus interesses e obter lucros. Estiveram por detrás da Revolução Francesa e da Revolução Comunista e se acham por detrás da maioria das revoluções de que ouvimos falar, de tempos em tempos, aqui e ali. Com dinheiro criaram organizações secretas, em todo o mundo, a fim de destruir as sociedades respectivas e servir aos interesses sionistas, organizações tais como os Maçons Livres, Rotary Clubes, Lions, os Filhos da Aliança (B’nei Brith), etc. Todas essas organizações servem para fazer espionagem e sabotagem.
    As potências colonialistas, tanto do ocidente capitalista como do oriente comunista, apóiam o inimigo com toda a sua força, seja materialmente seja com mão de obra, alternando um ou outro. Quando o Islã aparece, todas as forças dos infiéis se unem em oposição, porque todos infiéis constituem uma só dominação.
    Art. 27 A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) está junto do coração do Movimento de Resistência Islâmica, como um pai, um irmão ou amigo, e um verdadeiro muçulmano não deve repelir seu pai, seu irmão ou seu amigo. Nossa pátria é uma só, nosso infortúnio é um só, nosso destino é um só e enfrentamos o mesmo inimigo.
    Devido às circunstâncias que conduziram à criação da OLP, e (devido) à confusão intelectual que imperava no mundo árabe, como resultado da invasão intelectual que estava sendo feita desde a derrota das Cruzadas, e que passou a ser intensificada, e continua a ser intensificada, pelas atividades de orientalistas e missionários cristãos – a OLP decidiu adotar a idéia de um Estado Secular, e, assim, vemos a OLP. A ideologia secularista se acha em total contradição com a ideologia religiosa, e são as idéias que são as bases das posições, condutas e decisões.
    Assim, com todo o nosso apreço pela Organização para a Libertação da Palestina, e o que ela possa vir a se tornar, e sem desprezar o seu papel no conflito árabe-israelí, não podemos eliminar a identidade islâmica da Palestina, que é parte da nossa fé, e quem negligencia essa fé está perdido. “Quem rejeita a religião de Abrahão é alguém que ficou um tolo”. (Alcorão 2-130).
    Art. 28 A invasão sionista é uma invasão cruel que não possui quaisquer escrúpulos e utiliza métodos viciados e vilãos para atingir seus objetivos. Nas suas operações de espionagem e infiltração, se apóia em organizações secretas, que cresceram fora do seu âmbito, tais como os Maçons Livres, Rotary Clubes, Lions e outros grupos de espionagem do mesmo tipo. Todas essas organizações, secretas ou abertas, operam pelos interesses do sionismo e sob sua direção, e suas finalidades consistem em enfraquecer as sociedades, minar seus valores, destruir a honra das pessoas, introduzir a degradação moral e aniquilar o Islã. O sionismo se encontra por detrás de todo tipo de tráfico de drogas e do álcool, para facilitar o seu controle e sua expansão.
    Exigimos que os países árabes em torno de Israel abram as suas fronteiras aos árabes e muçulmanos combatentes da Jihad, a fim de cumprirem sua parte, juntando suas forças às forças dos seus irmãos – a Fraternidade Muçulmana na Palestina. Dos demais países árabes e muçulmanos, exigimos que, no mínimo, facilitem a passagem através de seus territórios dos combatentes da Jihad.
    Não podemos deixar de lembrar a cada muçulmano que, quando os judeus ocuparam o Lugar Sagrado (i.e – Jerusalém), em 1967, e se postaram diante da abençoada Mesquita de Al-Aksa, gritaram: “Maomé está morto, sua descendência é de mulheres”. Com isso, Israel, com sua identidade judaica e o povo judeu estão desafiando o Islã e os muçulmanos. Que a covardia não conheça descanso.
    Art. 30 Escritores, intelectuais, profissionais da mídia, pregadores nas mesquitas, educadores e todos os demais setores do mundo árabe e islâmico são convocados a desempenhar seu papel e a cumprir com seu dever. (Isto é necessário) Devido à ferocidade do assalto sionista e devido ao fato de ter-se infiltrado em muitos países, e assumido o controle das finanças e da mídia – com todas as ramificações que daí decorrem – na maioria dos países do mundo.
    A jihad não se limita a pegar em armas e combater o inimigo cara a cara, pois palavras eloqüentes, escritos que persuadem, livros que efetivamente cumprem com sua finalidade, o apoio e a ajuda – tudo leva a desempenhar a sincera intenção de levantar a bandeira de Alá e faze-la reinar suprema – tudo isso é a jihad em prol de Alá.
    Art. 32 O sionismo mundial e as potências colonialistas, por meio de manobras espertas e meticuloso planejamento, tentam afastar os países árabes, um a um, do círculo do conflito com o sionismo, a fim de, finalmente, conseguir isolar o povo palestino. Já levaram o Egito para fora do círculo do conflito, em grande parte através do traidor Acordo de Camp David (de setembro de 1978), e está tentando arrastar outros países árabes para acordos semelhantes, de forma a ficarem fora do círculo do conflito.
    O Movimento de Resistência Islâmica convoca todos os povos árabes e muçulmanos a lutarem seriamente e diligentemente a fim de prevenir esse terrível esquema, bem como alertar as massas dos perigos inerentes à exclusão do círculo do conflito com o sionismo. Hoje é a Palestina, e amanhã será algum outro país ou países, pois o plano sionista não tem limites, e depois da Palestina pretenderão se expandir do Nilo até o Eufrates, e quando terminarem de devorar uma área, estarão famintos para novas expansões, e assim por diante, indefinidamente. O plano deles está exposto nos Protocolos dos Sábios de Sião, e o comportamento deles no presente, é a melhor prova daquilo que lá está dito. Deixar o círculo do conflito com o sionismo é um ato de alta traição; todos os que o fazem devem ser amaldiçoados. “Quem (quando combatendo os infiéis) vira as costas para eles, ao menos que seja uma manobra de batalha, ou para se juntar a outra companhia, incorre na ira de Alá, e sua morada deverá ser o inferno. Seu destino será do maior infortúnio.” (Alcorão, 8:16)
    Fechaspas

  8. Avatar de Sarah Saleh
    Sarah Saleh

    Salem,como nos é importante ler uma
    matéria verdadeira,sem intervenção de
    uma mídia..Como assim???Morrem 3
    israelenses,e vira capa de revistas e jornais
    E todas essas pessoas que morrem todos
    os dias na Palestina,tiram a vida de 33
    crianças e não vira chamada dos jornais?
    Por quem será que o mundo esta sendo
    comandado?Indignada com tanto sangramento…Aonde pensam em chegar?
    Quais seriam os resultados positivos dessa
    carnificina.

  9. Avatar de GILBERTO FACURY DIB
    GILBERTO FACURY DIB

    Em minha modesta opinião, é ridículo também divulgar a inoperância e ineficiência dos mísseis lançados pelos palestinos, de acordo com a imprensa, quando eles não atigem os alvos(????) são abatidos em pleno ar. Mais uma MENTIRA de um povo mentiroso e inescrupuloso.

  10. Salém Nasser, esse texto serve para humanizar as justificativas ridículas desse império assassino e sanguinário que manipula as informações, como vemos diariamente o enviado da globo se esforçando como se estivesse seguindo um roteiro, para passar “VERDADE” IMPOSTA POR ISRAEL. Seu texto nos faz mais humanos, porque faz suscitar dentro de nós a compaixão pelos irmãos palestinos! Nos faz entender, à parte da história, de que nada e nenhuma das justificativas desse governo assassino, justificam os bombardeiros.

  11. ‘Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito a eleger seus governantes. Quando votam em quem não devem votar são castigados. Gaza está sendo castigada. ‘ palavras de Eduardo Galeano. Como deus deu a ele virtude de por em palavras o cotidiano de sofrimento de um povo que heroicamente resiste ao mais longo linchamento que um povo poderia ser submetido. O palestino não tem direito à PALESTINA. Um povo que lhe foi subtraído seu chão! Um povo que assiste passivo (SE NÃO…!) virar escombros sua casa, seus familiares, suas esperanças, para no seu lugar construir prédios luxuoso para colonos fanáticos, vizinhos agressivos. Seu país foi entregue pela coroa britânica, com ajuda da ONU, a judeus de várias nacionalidades, que tinham pátria. Judeus que incomodavam os europeus no pós 2ª guerra mundial. Judeus sionistas, que oportunamente iniciaram a por em prática seus planos macabros (Os 7 segredos do SION). Judeus que se apressaram a REESCREVER A HISTÓRIA que querem nos fazer engolir, com SANGUE, MENTIRAS, FANATISMO e ESCOMBROS. Judeus parceiros de líderes mundiais INESCRUPULOSOS que como moeda de troca recebem apoio para suas campanhas expansionistas para em contrapartida facilitar a criação de um cenário que justifique invasões e usurpem além de vidas, riquezas naturais, históricas, arqueológicas e culturais, PALCO DE GUERRA permanente para desova de armas, e experimentação de tecnologias bélica.
    Hoje o palestino, judeu árabe, o muçulmano e o cristão originário dessas terras, vivem SITIADOS, expostos ao estresse diário, abandonados à própria sorte e à indiferença da comunidade internacional.
    ESSA SITUAÇÃO É REPUGNANTE!

  12. Avatar de Mohamad Ibrahim Barakat
    Mohamad Ibrahim Barakat

    Meu caro e estimado Dr.Salem:Na certeza na seu artigo voce esta defendendo a aJUSTIÇA e aqui no Brasil e como brasleiros isso É um DEVER sacrado.
    Não há projeto israelense,a meu ENTENDER há um PROJETO ZIONISTA para construir um IMPERIO e a ARMA ,e a RELIGIÃO. O resto sao detales.Sera os Arabes estão a par. será eles sabim a palavra ZIONISMO sigfica ALJAHILIA.Tenho meu DUVIDAS.

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