Autoridades europeias condenam presença russa na Ucrânia

Merkel e Putin conversam no Rio de Janeiro, semana passada. Foto: The Presidential Press and Information Office
Merkel e Putin conversam no Rio de Janeiro, semana passada. Foto: The Presidential Press and Information Office

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, fez duras críticas ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, em um artigo publicado no jornal Sunday Times e em seu perfil no Facebook neste domingo (20). Em um dos trechos do texto ele diz, inclusive, que é necessário “transformar este momento de indignação em um momento de ação. Ação para encontrar aqueles que cometeram este crime e trazê-los à justiça, mas que deve ser algo mais amplo que a justiça” e em outro acusa a Rússia de “desestabilizar um Estado soberano, violando sua integridade territorial, apoiando milícias, além de armá-las e treiná-las”. O governo russo não respondeu as acusações.

O discurso de Cameron foi apoiado pela chanceller alemã, Angela Merkel, e pelo presidente da França, François Hollande, que até publicou uma nota neste domingo pedindo que Putin libere a área do acidente para que os corpos das vítimas sejam retirados, ou então “a União Europeia mostrará as consequências”.

Segundo o jornal espanhol El País, o governo ucraniano e rebeldes pró-Rússia chegaram a um acordo nesta segunda-feira (21) para retirar os restos mortais dos passageiros do voo MH17, da Malaysia Airlines, que caiu na região de Torez, no leste da Ucrânia, na quinta-feira (17). Os corpos estão nos vagões de um trem na estação da cidade e, segundo os separatistas, serão transportados até Donetsk, uma das principais cidades do país, onde analistas internacionais terão controle sobre eles. Os trabalhos com as vítimas estão sendo realizados por especialistas ucranianos com supervisão da OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa.

O acordo aconteceu no mesmo dia em que Putin publicou um pequeno texto em seu perfil no Facebook dizendo que a Rússia fará “tudo o que estiver ao seu alcance para mover o conflito no leste da Ucrânia da sua fase militar atual para a fase de negociações, com as partes usando meios pacíficos e diplomáticos”. Putin também pediu cessar-fogo na região e que os separatistas permitam a presença de especialistas internacionais nos destroços da aeronave.

Desertores

Cinco jogadores do Shakhtar Donetsk desertaram do clube neste domingo, segundo informou a agência de notícias ITAR-TASS. Entre eles, cinco brasileiros: Dentinho, Alex Teixeira, Ismaily, Fred e Douglas Costa, além do atacante argentino Facundo Ferreyra. Eles jogaram um amistoso contra o Lyon, na França, onde venceram por 4 a 1, mas não quiseram retornar ao país por causa da crise após a queda do Boeing da Malaysia Airlines. Em entrevista ao site oficial, o dono do time, Rynat Akhmetov disse que “eles têm algumas obrigações contratuais e devem retornar, pois não existe nada para se ter medo e nós estamos prontos para garantir a segurança deles”.


Comentários

Uma resposta para “Autoridades europeias condenam presença russa na Ucrânia”

  1. E quando as “autoridades européias” condenaram o golpe de Estado na Ucrânia comandado por neonazistas de carteirinha? Quando as “autoridades européias” condenaram o massacre de Odessa, onde ativistas sindicais foram queimados vivos? E quando vai haver uma investigação séria e objetiva antes que vejamos até a exaustão Obama repetir que foram os russos que derrubaram o avião, quando todas as evidências apontam para o governo fascista da Ucrânia? Vai se repetir uma mentira tantas vezes que se torne verdade?

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