A programação e a estrutura ampliada da 9ª edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo mostra que o evento está mais vivo que nunca. Para este ano, o número de salas, por exemplo, mais que dobrou. Passou de seis em 2013 para treze. Parte das salas foi instalada distante do tradicional circuito da Avenida Paulista e Rua Augusta. Serão feitas sessões diárias no Centro Cultural da Juventude Cachoeirinha e Centro Cultural Penha, além de quatro CÉUS. O circuito inclui ainda Memorial da América Latina, Cinesesc, Cine Olido, Centro Cultural São Paulo (salas Paulo Emílio e Lima Barreto), Cinemateca Brasileira e Cineclube Latino-Americano. “Vamos ter filmes onde o acesso a esse tipo de produção não costuma acontecer”, observa o entusiasmado Francisco Cesar Filho – Presidente da Associação do Audiovisual, organizadora o evento em parceria com o Memorial da América Latina, que começa nesta quarta.
Com entrada franca, a programação reúne 114 títulos, de 16 países da América Latina e Caribe. “Essa abrangência na região não se encontra em nenhum outro festival”, destaca Cesar Filho. Estão na programação obras exibidas em eventos prestigiosos – como os festivais de Cannes (o argentino “Refugiado”, de Diego Lerman), Sundance (“O Chaveiro”, de Natalia Smirnoff, Argentina), Veneza (o chileno “As Irmãs Quispe”, de Sebastian Sepúlveda), Locarno (“Os Insólitos Peixes-Gato”, da mexicana Claudia Sainte-Luce) e Roterdã (o cubano “Hotel Nueva Isla”, de Irene Gutierrez e Javier Labrador, e “Réimon”, do argentino Rodrigo Moreno). Fazem parte também retrospectivas abordam documentários musicais e cinema silencioso da AL. Na programação, encontros, debates, o seminário Nuevas Ventanas e oficinas. Cesar Filho destaca ainda a produção mais recente feita na região, incluindo vários títulos inéditos no Brasil, além de promover homenagens e organizar encontros e debates.
A lista de filmes inéditos inclui o cubano “Vende-se”, de Jorge Perugorría; o mexicano “Rezeta”, de Fernando Frías de la Parra; o chileno “Matar a Um Homem”, de Alejandro Fernández Almendra; o uruguaio “O Militante” de Manolo Nieto; o paraguaio “A Leitura de Justino”, de Arnaldo André; o equatoriano “A Morte de Jaime Roldós”, de Manolo Sarmiento e Lisandra I, o boliviano “Conto Sem Fadas”, de Sergio Briones; o peruano “Planta Madre”, de Gianfranco Quattrini; e o colombiano “Terra Sobre a Língua”, de Rubén Mendonza.
O festival traz também produções raras de países vizinhos em telas brasileiras, como Costa Rica (“Princesas Vermelhas”, de Laura Astorga Carrera), Guatemala (“Onde Nasce O Sol”, de Elías Jiménez Trachtenberg), Panamá (“Caminho da Lua”, de Juan Sebastián Jacome) e República Dominicana (“A Luta de Ana”, de Bladimir Abud). Estão programadas várias pré-estreias de novos longas-metragens brasileiros, como “Anna K”, de José Roberto Aguilar; “Amparo”, de Ricardo Pinto e Silva, “Corte Seco”, de Renato Tapajós; e “Hamlet”, de Cristiano Burlan. Outros títulos nacionais ganham sua primeira projeção pública em São Paulo, como “Periscópio”, de Kiko Goifman; e “Mão na Luva”, de Roberto Bomtempo e José Joffily.
Entre os homenageados deste ano, acompanhadas de retrospectivas de filmes, estão os nomes do cineasta e produtor Pablo Trapero, da atriz e produtora Martina Gusmán – ambos argentinos e de carreiras premiadas internacionalmente –, do cineasta Silvio Tendler, diretor dos documentários de maior bilheteria do cinema brasileiro, e da atriz e agora produtora Leandra Leal. Todos os homenageados têm presença confirmada no evento. “Diferentemente do que acontece na maioria dos festivais, procuramos homenagear talentos que estão no auge da criatividade e da produção e não em fim de carreira”, ressalta o organizador.
A programação do 9º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo apresenta ainda a Mostra de Escolas de Cinema Ciba-Cilect, com curtas e médias-metragens de graduação das mais importantes instituições do gênero. Este ano estão presentes 43 filmes, representando 22 escolas de sete países. Um dos destaques é o brasileiro “O Membro Decaído”, de Lucas Sá, uma premiada experiência no gênero terror produzida pela UFPel – Universidade Federal de Pelotas (RS). O evento se completa com oficinas, o seminário Nuevas Ventanas (que discute as novas possibilidades de circulação dos filmes na era digital e conectada), debates e encontros. Estão previstas presenças de 40 convidados, do Brasil e do exterior.
Serviço: 9º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo
24 a 30 de julho de 2014
Entrada franca
Dados sobre os filmes, a programação completa e outras informações podem ser acessadas no site www.festlatinosap.com.br.
Fanpage do evento: https://www.facebook.com/FestivalDeCinemaLatinoAmericanoDeSaoPaulo
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