Paulínia premia inventividade do cinema nacional

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Camilo Cavalcante e a equipe do filme “A História da Eternidade”

Quando foi lançada a primeira edição do Festival de Paulínia (Paulínia Film Festival), em 2008, a classe cinematográfica comemorou muito, pois nascia atrelada a um Polo de Cinema, para fomentar e produzir filmes nacionais. O festival veio atrelado ao patrocínio da prefeitura da cidade de Paulínia, localizada no interior de São Paulo, o que o deixava sujeito as intempéries das mudanças políticas. E o que era inevitável aconteceu, o prefeito eleito em 2012 tirou o patrocínio e o festival não aconteceu. Voltou em 2013 de forma simbólica, e com a carga toda nesse ano de 2014.

 A 6ª edição do Paulínia Film Festival começou na terça-feira (22), com a exibição do filme Não Pare na Pista – A Melhor História de Paulo Coelho, de Daniel Augusto, que agradou o público presente, mas deixou a crítica reticente.  Na quarta-feira foram apresentados os primeiros curtas e longas da competitiva (ao todo foram exibidos sete curtas e nove longas em competição).

O festival acabou na noite deste domingo (27), com a divulgação dos vencedores, que subiram ao palco do belo Theatro Municipal Paulo Gracindo. O grande vencedor da noite foi o filme A História da Eternidade, o primeiro longa do pernambucano Camilo Cavalcante, que recebeu os prêmios de direção, melhor filme, melhor ator (Irandhir Santos, um dos mais festejados atores da atualidade), melhor atriz (que foi para as três atrizes do filme, as paraibanas Zezita Matos, Marcélia Cartaxo e Debora Ingrid) e o prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Os críticos assim justificaram o prêmio ao filme de Camilo: “Pelo domínio das ferramentas cinematográficas e pela abordagem do conflito entre a livre manifestação do desejo e a moral arraigada, entre vida e morte”.

O júri foi bastante corajoso e apostou num filme de grande inventividade criativa e com temas bem polêmicos, com suas histórias de amores incestuosos e violência. A atriz Zezita Matos, bastante emocionada, agradeceu o seu prêmio: “É uma emoção muito grande e estou grata em dividir com as outras duas atrizes do filme”

O filme Casa Grande, de Fellipe Barbosa saiu do festival com quatro prêmios: o Especial do Júri, os prêmios para os atores coadjuvantes (Marcelo Novaes e Clarisse Pinheiro) e o prêmio de roteiro.  Foi outro acerto do júri que reconheceu o painel sobre a derrocada da classe média brasileira pelo olhar do adolescente Jean (o ator estreante Thales Cavalcanti).

Esse ano o festival, dirigido por Ivan Melo, trouxe uma bela safra de filmes (longas e curtas), que mostram nossa diversidade e conflitos. Além da exibição dos filmes na competitiva, o festival trouxe mostras para crianças e alguns títulos estrangeiros inéditos. A noite foi encerrada com uma homenagem ao cineasta Cacá Diegues, que subiu ao palco para receber o troféu Menina de Ouro. “Gostei desse troféu. Fico feliz com o Festival de Paulínia e a retomada do projeto do Polo de Cinema, que já foi importante e se Deus quiser vai voltar a ser nessa nova etapa. Quando começam a dar para você esse tipo de prêmio a gente fica preocupado, mas quero avisar que estou muito longe de me aposentar, tenho ainda muito filme para dirigir e quero trabalhar até a onde minhas forças permitirem”. O público aplaudiu bastante. 


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