Visualize em sua mente a cozinha de seu apartamento. Imagine que não exista nela um fogão a gás – muito menos elétrico e de microondas – e que para cozinhar precisa recorrer a um fogão a lenha. Até aí, tudo bem. Mas, para que isso seja possível, será preciso um pouco de madeira para queimar ou de um saco de carvão vegetal, daquele mesmo que se usa em churrasco, comprado no supermercado ou na lojinha de conveniência do posto de gasolina. O primeiro desafio será acendê-lo, claro. Olha, pode dar um trabalho danado e levar bastante tempo. Se for usar álcool, cuidado para não provocar um incêndio ou se queimar se o fogo alcançar o frasco. Como madeira queima rápido e vira cinza, será preciso descer todo dia e subir com uma penca de lenha no ombro ou quantidades generosas de carvão.
Se você é mulher, a operação pode trazer alguns transtornos a mais. Lembre-se que madeira é pesada – assim como o saco de carvão, o que pode machucar seus braços com arranhões, tornar suas mãos ásperas ou até mesmo sujar ou rasgar sua roupa. Mas o problema maior não é esse. Pense no seu cabelo “descabelado”, coberto de cinzas cheirando à fumaça que sai do carvão vegetal. Se não bastasse, não se pode esquecer a chaminé do vizinho, que joga fumaça na sua sala de estar, suja a superfície dos móveis e torna tudo acinzentado. Agora, mentalize a imagem de uma cidade como São Paulo, com 12 milhões de habitantes, no horário do almoço ou do jantar, com as chaminés dos fogões a lenha jogando dejetos pelos céus – que se juntam à poluição dos carros nos momentos de pico.
Pronto, pode parar. O pesadelo acabou. Volte a lembrar que você tem um fogão a gás em casa.
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