O mapa astral de Chico Buarque

Chico Buarque de Hollanda nasceu no dia 19 de junho de 1944, às 11h35min, no Rio de Janeiro. Olhando as posições planetárias no mapa de Chico se percebe um stellium (aglomerado de planetas) no signo de Gêmeos, o signo da comunicação, da escrita, de nosso lado mental, que consegue trazer à luz da compreensão o momento em que o irreal se funde com a realidade. Assim são os geminianos e assim é Chico, capaz de, como um espelho, refletir a realidade e transformá-la em poesia, música ou literatura. Os seis planetas agrupados neste signo são: Sol, Lua, Mercúrio e Vênus, Urano e Saturno, todos localizados entre a Casa Nove e o Meio do Céu, o ponto culminante de um horóscopo. A Casa Nove tem a ver com a filosofia e a metafísica e o Meio do Céu, com nossa vida social e profissional, sendo a casa da carreira e do reconhecimento público.

Sol (brilho), Vênus (estética), Lua (sensibilidade) e Saturno (estruturação), ocupando o Meio do Céu, fornecem popularidade (Sol/ Vênus/Lua). A conjunção Sol-Saturno, a solidez profissional e a famosa timidez do compositor. Os outros planetas ocupando a Casa Nove dão a ele a capacidade de comunicação e escrita (Mercúrio) e a capacidade de inovar (Urano). O planeta Mercúrio, regente e presente no signo de Gêmeos, mostra uma mente perspicaz, ágil, flexível, aberta e com uma imensa variedade de interesses. Este aspecto fornece também capacidade intelectual teórica articulada e facilidade de comunicação.

Além disso, Chico tem o Meio do Céu enquadrado entre Lua e Vênus, e o planeta Netuno (intuição) dentro do Ascendente (projeto de vida). São exatamente estes os três planetas significadores do feminino: a Lua é a mulher como mãe, que nutre e protege, Vênus é a amante e companheira e os nossos ideais estéticos, e Netuno nossa capacidade de fundir-nos com os sentimentos mais profundos.

A Lua e Netuno ocupando posições de destaque lhe dão a capacidade de ser um espelho do coletivo. Os muitos personagens que ele colocou em suas músicas, Pedro Pedreiro, Carolina, Geni, entre outros, são uma das melhores expressões de comportamento do brasileiro na MPB dos últimos 40 anos. A conjunção Sol/Saturno propicia seriedade, busca de perfeccionismo, de desenvolvimento dos talentos e de uma individualidade estruturada.

Outros aspectos dinamizam o stellium formado por Sol, Lua, Mercúrio,Vênus, Urano e Saturno; Marte (energia) forma um aspecto benéfico com Lua, Mercúrio e Urano, e Júpiter (expansão) também forma um aspecto benéfico com Sol, Vênus e Saturno. O resultado já se conhece: um talento raro e uma capacidade de expressão artística sem limites.

O ascendente em Virgem, também regido por Mercúrio, fornece o componente crítico e analítico e reforça a timidez. O planeta Netuno (idealismo) em aspecto desarmônico com Sol, Vênus e Saturno (o status quo) pode explicar o fato de que muitas vezes o compositor esteve em tensão com o poder estabelecido, mas também a capacidade de transformar seus sonhos em realidade. Segundo o mito, Mercúrio foi responsável pela invenção da lira, símbolo dos poetas e cantores, a qual presenteou ao deus Apolo em troca dos bois que roubara.

Mercúrio negou diante de Zeus o roubo do gado. Mesmo sabendo da mentira, Zeus gostou da esperteza do filho e, por isso, deu-lhe o posto de mensageiro do Olimpo.

Em “Choro Bandido”, Chico Buarque fala desse deus:

Mesmo que os cantores sejam falsos como eu
Serão bonitas, não importa
São bonitas as canções
Mesmo miseráveis os poetas
Os seus versos serão bons
Mesmo porque as notas eram surdas
Quando um deus sonso e ladrão
Fez das tripas a primeira lira


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