ONU pede fim do bloqueio de Israel a Gaza

Foto: UNWRA.
Foto: UNWRA.
Neste momento, israelenses e palestinos negociam um cessar-fogo duradouro para a Faixa de Gaza, com mediadores egípcios. A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) afirmou em comunicado, nesta terça-feira (19): “Se as negociações para terminar a ofensiva na Faixa de Gaza não conduzirem ao levantamento do bloqueio, a situação dos cidadãos do território não vai melhorar nos próximos 15 anos”.

O levantamento do bloqueio econômico imposto à Faixa de Gaza desde 2007 é precisamente o ponto-chave no diálogo na busca de um acordo entre Israel e Palestina.

Hoje (19) termina a mais recente trégua no conflito, que já matou 2.016 palestinos e 67 (sendo 64 militares) do lado israelense. Quase 425 mil dos 1,8 milhão de habitantes da Faixa de Gaza estão desalojados. Mais de 450 crianças em Gaza foram mortas em ataques aéreos e bombardeios recentes; outras 2.900 crianças foram feridas e mais de 50 mil estão desabrigadas. 

Depois dos ataques israelenses, cerca de 700 mil pessoas dependem da distribuição de comida realizada pelas duas agências da ONU e pelo Ministério de Assuntos Sociais Palestino. Além disso, os impactos dos ataques israelenses em Gaza terão efeitos duradouros na agricultura, segundo relatório divulgado na última quinta-feira (14) pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

ONU afirma que o bloqueio impossibilita o desenvolvimento econômico na Faixa de Gaza e dificulta a reconstrução, já que os equipamentos necessários teriam que passar pelos postos de fronteira de Israel e do Egito. “Gaza precisa ter sua liberdade: liberdade de acesso, liberdade de movimento, liberdade de importação e exportação, poder libertar-se da dependência de ajuda”, defende a ONU.

A UNRWA ressalta também que no ano de 2000 [antes do bloqueio], 80 mil moradores da Faixa de Gaza recebiam ajuda da ONU; antes dos bombardeios de julho, já eram 830 mil pessoas. Hoje, já são 1,1 milhão. A agência da ONU estima que a reconstrução terá um custo de quase oito bilhões de euros, ou 24 bilhões de reais, para a reconstrução das estradas, casas, pontes e outra infraestrutura derrubadas pelos ataques lançados pelo exército israelense por terra, mar e ar.


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