Entre os anos de 1928 e 1929, o cantor Francisco Alves (1898-1952) gravou quase 300 músicas de todos os gêneros populares da época, como samba, maxixe, valsa, polca, batuque e marcha. Essa façanha lhe daria um marco histórico: foi ele quem mais gravou em toda a história dos “78 rpm” no Brasil, no total de 526 discos com 983 músicas. Em uma das faixas de 1928, pela Parlophon, Alves lançou um de seus maiores sucessos, A Voz do Violão, com melodia supostamente sua – seria acusado depois de comprar composições e parcerias de autores humildes – e versos de Horácio Campos. Foi aquele um ano inesquecível para ele, com outros êxitos, graças a vários sambas de José Barbosa da Silva, mais conhecido como Sinhô (1888-1930): A Favela Vai Abaixo, Ora Vejam Só e Não Quero Saber Mais Dela. No Carnaval de 1930, Chico Viola, como era mais conhecido, explodiu com a marcha Dá Nela, de Ari Barroso, vencedora do concurso de músicas carnavalescas.
Você não leu errado. Francisco Alves gravou sim 526 discos. Só que no formato de 78 rotações por minuto (rpm), bem diferente do long-play ou LP como se conhece hoje, maior, mais resistente e que podia caber até sete músicas de cada lado. Com dez polegadas de diâmetro, além de ser muito frágil, a ponto de se espatifar ao cair de uma altura de 20 centímetros, o 78 rpm, inicialmente, comportava apenas uma música – depois, traria uma faixa em cada lado. O suporte não era empregado apenas para registro musical e vendido em lojas. Servia para captar áudio diversos, como discursos, programas de rádio, efeitos sonoros, trilha sonora de filmes etc. Aconteceu desse modo durante toda a primeira metade do século XX. O produto era fabricado a partir da matéria prima da goma-laca (resina secretada pelo inseto Kerria lacca, encontrado nas florestas da Índia e Tailândia), que dava uma característica rígida, vítrea e extremamente frágil ao formato, além de um peso considerável.
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