Conexão África/Brasil/Alemanha

Os 13 integrantes a Orchestre Poly-Rythmo Cotonou, big-band do Benin que tem coletânea lançada no Brasil
Os 13 integrantes da Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou, big-band do Benin que tem coletânea lançada no Brasil (divulgação Goma Gringa / Analog Africa)

Em 2013, o recém-criado selo Goma Gringa mostrou a que veio, em grande estilo, com o lançamento de um exclusivíssimo LP, o álbum Sorrow, Tears and Blood, do compositor e ativista político nigeriano Fela Kuti – ícone máximo do afrobeat, gênero criado por ele – e seu grupo, Afrika 70 (leia reportagem).

Idealizado por dois franceses radicados no Brasil, os pesquisadores Frédéric Thiphagne e Matthieu Hebrard (este último também músico, integrante do grupo Quebrante), o Goma Gringa lança hoje em São Paulo (confira detalhes do evento), na Serralheria, espaço cultural sediado no bairro da Lapa, zona oeste da capital, mais um LP com o mesmo rigor de produção.

Trata-se de uma coletânea, com 8 faixas, da big-band Orchestre Poly-Rhytmo de Cotonou, grupo formado em 1970 na República do Benin, país do ocidente africano. Até 1983, ano de dissolução do grupo, a Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou deixou um legado de cerca de 500 registros. Parte dessa produção, marcada por uma feliz fusão de ritmos africanos com o soul e o funk norte-americanos, numa via de mão dupla dos sons da diáspora africana, tem direitos autorais licenciados pela gravadora alemã Analog Africa

Veja raro registro da Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou executando o tema Se Ba Ho

Especializado em trazer à tona preciosidades obscuras da Mãe-África, o selo conduzido por Samy Ben Redjeb, tunisiano radicado na Alemanha, estabeleceu saudável parceria com o Goma Gringa e viabilizou o lançamento da coletânea no Brasil. Ao longo dos últimos 15 anos, Redjeb pesquisa a produção africana das décadas de 1970 e 80, e possui hoje um acervo de mais de 10 mil títulos obscuros. Redjeb será um dos DJ’s da festa de hoje na Serralheria. Ramiro Zwetsch, pesquisador que integra o coletivo Radiola Urbana e outro devoto dos sons da diáspora, também comandará as pick-ups, ao lado de outros três convidados, o artista gráfico MZK, Hebrard e Will Robson, também integrante do Quebrante (com a faceta de DJ’s, a dupla constitui o Quebrante Sound System). 

A exemplo do álbum de Fela Kuti, a coletânea da Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou tem características exclusivíssimas. Serão vendidas apenas 500 cópias (compre aqui), e foram produzidas capas em cinco cores diferentes, em impressões que ganharam esmero artesanal, feitas na Letterpress Brasil, com a utilização de um linotipo, equipamento criado no final do século 19 que funde diferentes elementos tipográficos em uma mesma linha (veja abaixo a galeria de fotos).  

Na edição de abril, Brasileiros publicará reportagem sobre a parceria entre a Goma Gringa e a Analog Africa, que renderá um primeiro título brasileiro do selo alemão no mercado europeu, no dia 1 de abril, com o lançamento do álbum Siriá – Mestre Cupijó e seu Ritmo


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