Os Rolling Stones fazem hoje (24), no Estádio do Morumbi, o primeiro show paulistano da turnê America Latina Olé!. Na ocasião em que Mick Jagger completou 70 anos, em 2013, compilamos versões brasileiras de clássicos da banda britânica, listamos álbuns piratas indispensáveis, fizemos uma galeria de artistas que são quase sósias de Jagger e relembramos o perfil de Marku Ribas, músico brasileiro que tocou com os Stones no álbum Dirty Work. Leia, a seguir.
Filhos bastardos
Mick Jagger assopra 70 velinhas, nesta sexta-feira, 26 de julho de 2013. Um dos maiores ídolos e ícones da história do rock há mais de 50 anos, e em plena atividade, Jagger também carregou ao longo da extensa carreira de bandleader o status de símbolo sexual de sucessivas gerações.
Casado por duas vezes, com Bianca Jagger e Jerry Hall, Jagger teve sete filhos com quatro diferentes mulheres – entre elas, como bem sabemos, a brasileira Luciana Gimenez, mãe de Lucas Jagger, hoje com 14 anos. Mas foram as relações extra-conjugais e o assédio frequente das groupies que fizeram a fama de sex symbol do roqueiro setentão.
Segundo a biografia Mick: the Wild Life and Mad Genius of Jagger (algo como Mick: a Vida Selvagem e o Gênio Louco de Jagger), lançada em 2012, pelo jornalista Christopher Andersen, o esguio e lascivo líder dos Stones teria ido para a cama com mais de 4 mil mulheres. O livro (não autorizado, naturalmente) especula, inclusive, que Jagger teria se envolvido com celebridades do calibre de Angelina Jolie, Uma Thurmann e a ex-primeira dama francesa, Carla Bruni.
Suposições à parte, na virada dos anos 1980 para os 90, cinco bandas de rock britânicas tinham à frente vocalistas com fisionomia muito similar – sem contar os demais trejeitos performáticos no palco e a influência musical – à de Jagger. Saiba quem são eles (na foto, em sentido horário):
Mark Gardener – vocalista e guitarrista base do quarteto Ride, de Oxford. Com o fim do grupo, em 1996, o guitarrista solo Andy Bell integraria, depois, o Oasis, como baixista (veja clipe de Twisterella).
Ian Brown – Vocalista dos Stone Roses, banda de Manchester que misturava elementos dançantes à uma música fortemente influenciada pelo psicodelismo dos anos 1960 (veja apresentação ao vivo de Fools Gold).
Richard Aschroft – Vocalista e principal compositor do grupo Verve, que fez grande sucesso mundial com a canção Bittersweet Symphony, carro-chefe do terceiro álbum Urban Hymns.
Gaz Coombes – Vocalista e guitarrista do Supergrass, banda que surgiu como um trio em Oxford, mas depois tornou-se um quarteto. Influenciada por bandas mod, como The Who e The Kinks, fizeram grande sucesso com a canção Allright
Tim Burgess – Líder dos The Charlatans, grupo de Northwitch, com sonoridade semelhante à dos Stone Roses, mas com acento ainda mais dançante (veja clipe de The Only One I Know).
Versões brasileiras
Inquestionável, o Rolling Stones é uma das bandas mais influentes de todos os tempos. No Brasil, o grupo liderado por Mick Jagger e Keith Richards vem inspirando músicos desde os anos 1960, como os paulistanos do The Brazilian Bitles, que transformaram o hino I Can’t Get No (Satisfaction) em Não Tem Jeito; do The Youngsters, que fizeram uma versão enérgica de I Wanna Be Your Man; e dos Os Baobás, que verteram em português o clássico psicodélico Paint It Black e deram a ele o título literal (e, inevitável dizer, capcioso) Pintada de Preto:
Ouça as músicas:
The Brazilian Bitles – Não Tem Jeito
The Youngsters – I Wanna Be Your Man
Os Baobás – Pintada de Preto
Os reis dos Bootlegs
por Gonçalo Junior
Explicam os dicionários que o termo em inglês bootleg se refere a uma gravação de áudio ou de vídeo do trabalho de um artista ou banda musical, que pode ser realizada diretamente de um concerto ou de uma transmissão via rádio/televisão e até sobras de estúdios. Um bootleg inclui, às vezes, entrevistas e materiais inéditos, descartados por serem considerados inadequados para um produto comercial, bem como passagens de som, ensaios etc. Na prática, define os discos não oficiais, publicados quase sempre de forma pirata e dirigidos principalmente aos fãs mais dedicados de artistas.
Essa condição faz com que esse mercado negro se tornasse um paraíso de aproveitadores e oportunistas que, não raro, apenas muda a foto da capa e relança o mesmo conteúdo. The Beatles foi um dos grupos de rock com mais bootlegs da história da música. Um dos primeiros discos da banda foi o Kum Back, que trazia diversas versões de músicas gravadas para o álbum Let It Be mixadas pelo engenheiro de som Glyn Johns. Na década de 1970, a indústria do bootleg expandiu-se. As gravações ao vivo, ainda que fossem as mais comuns, possuíam qualidade ruim, já que eram feitas em meio ao barulho e gritos da multidão. Outros bootlegs eram feitos diretamente da cabine de som do artista, geralmente sem o consentimento da equipe que trabalhava nos concertos. As capas dos bootlegs também tinham qualidade ruim.
Um bootleg famoso da época é The Greatest Group on Earth dos The Rolling Stones. Em parte por causa de sua longevidade e quantidade de turnês, a banda é, provavelmente, o grupo recordista de LPs, CDs e DVDs nesse formato. A maioria se limita a reproduzir shows raros, de qualidade muitas vezes ruins, sofríveis até. Por outro lado, essa deficiência se justifica a aquisição de certos tesouros. Alguns selos italianos especializados em bootlegs fazem algo muito legal: indicam no verso a qualidade do álbum por uma cotação que vai de 1 a 4 símbolos de “+”. Se são +++ ou ++++, pode comprar que o produto é bom.
Brasileiros selecionou, entre centenas de bootlegs dos Stones, treze álbuns que valem a pena procurar:
Nosso homem nos Stones
Leia perfil do cantor, compositor e percussionista brasileiro Marku Ribas, morto em abril de 2013, que tocou com os Rolling Stones e era amigo de Mick Jagger
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