Plínio Marcos, dramaturgo, sambista e polemista nato

Foto: Reprodução/YouTube
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Na história da dramaturgia brasileira ele ocupa posto singular. Autor de clássicos como Navalha na Carne, Dois Perdidos Numa Noite Suja, Barrela e Abajur Lilás, o santista Plínio Marcos, que completaria 80 anos nesta terça-feira, 29.9, deu voz a personagens excluídos e marginalizados, como ninguém antes havia feito no teatro nacional.

Antes de ter o talento, empírico, para o teatro descoberto em 1958, pela escritora modernista Patrícia Galvão – a Pagu, que motivou Plínio a apostar na carreira de dramaturgo após ler sua peça Barrela – ele atuou em circos, como o palhaço Frajola, e submeteu-se a toda sorte de biscates para garantir sua subsistência. Foi encanador, funileiro, camelô e até estivador no cais de Santos. 

Sonhava em ser jogador de futebol e chegou a integrar as categorias de base de dois clubes santistas, a Portuguesa local e seu amado Jabaquara Atlético Clube. Dizem, era bom ponta-esquerda. Mas foi no teatro, mesmo tendo cursado apenas os quatro anos do primário, que ganhou holofotes e a reputação de grande autor.  

Pelo forte conteúdo de denúncia social de suas obras teatrais e literárias, como Querô, uma Reportagem Maldita, Plínio foi cerceado como poucos autores pela mordaça da censura instaurada com o golpe civil-militar de 1964. Morto em 1999, também atuou como ator, jornalista, radialista e comentarista de carnaval. Apaixonado pelo samba, lançou em 1974 o clássico LP Plínio Marcos em Prosa e Samba, com Geraldo Filme, Zeca da Casa Verde e Toniquinho Batuqueiro, um monumento do samba paulista.

Ouça o álbum Plínio Marcos em Prosa e Samba 


 
Veja também (abaixo) entrevista do dramaturgo veiculada, em 1979, no programa Abertura, da extinta TV Tupi. Entre outras provocações, ao responder a pergunta de Nelson Rodrigues “por que é que você se considera o maior autor do País?”, Plínio dispara: “Porque eu copio seus defeitos, Nelson Rodrigues!”.   

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