Da fundação com os franceses ainda instalados na Baía da Guanabara até a tentativa de pacificar os morros, o Rio de Janeiro abriga marcas indeléveis. Veja fotos!
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Origem – Enviado por Portugal para expulsar franceses instalados na Baía da Guanabara, o capitão-mor Estácio de Sá fundou a cidade em 1565, entre o Morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar. Só dois anos depois, os franceses, que tinham o apoio dos tamoios, foram vencidos. Estácio de Sá morreu na sequência, devido a complicações de uma flechada no rosto. A fotografia ao lado, de 1894, mostra ruínas de um forte da ilha batizada com o nome do líder da ocupação francesa, Nicolas de Villegagnon. A ilha de Villegagnon fica perto do Aeroporto Santos Dumont. Hoje, abriga a Escola Naval – Foto: Biblioteca Nacional
Ilha fiscal –
Palco do último baile do Império, em homenagem a oficiais do encouraçado chileno Almirante Cochrane, ancorado na Baía da Guanabara. Seis dias depois do baile, que reuniu dois mil convidados, foi proclamada a República, em novembro de 1889. A construção em estilo neogótico tinha sido projetada para ser um posto alfandegário. Inspirada em um castelo do sul da França, passou por recente restauro e está aberta ao público – Foto: Biblioteca Nacional
Morro do castelo –
Pela posição estratégica, a elevação rodeada por alagadiços foi escolhida como sede da cidade depois da expulsão dos franceses, em 1567. No topo, os jesuítas construíram igreja e seminário, ao redor dos quais a cidade começou a crescer. Em 1904, o morro perdeu a primeira encosta, para a construção da Avenida Central (hoje Rio Branco, no Centro), durante a grande reforma urbana promovida pelo prefeito Pereira Passos. No começo dos anos 1920, na gestão do prefeito Carlos Sampaio, o morro foi demolido por completo, com o argumento de que era preciso “higienizar e modernizar” a cidade – Foto: Biblioteca Nacional
Canudos e a primeira favela – O termo favela, no sentido popularizado hoje, surgiu com soldados que lutaram na Guerra de Canudos, como os flagrados na fotografia ao lado. Ao chegar ao Rio de Janeiro, sem soldo nem alojamento, eles se instalaram no Morro da Providência, na região portuária, onde ex-escravos já tinham começado a construir moradias precárias. O termo favela surgiu porque em Canudos, no sertão baiano, os soldados ficaram próximos a um morro repleto de um arbusto chamado favela. Agora com quase cinco mil moradores, o Morro da Providência é considerado a primeira favela da cidade. Um teleférico liga o morro à Estação Central do Brasil – Foto: Biblioteca Nacional
A revolta da vacina –
Bondes foram tombados e barricadas levantadas na cidade, em novembro de 1904. A revolta eclodiu por causa de uma lei que tornava obrigatória a vacinação contra a varíola. Encarregado de combater epidemias que assolavam a cidade, o sanitarista Oswaldo Cruz criou um batalhão de “mata-mosquitos”, que invadia casas atrás do transmissor da febre amarela. Depois, promoveu uma caçada aos ratos, vetores da febre bubônica. Quando quis atacar a varíola, os moradores se rebelaram, pois acreditavam que a vacina fazia mal à saúde. A revolta terminou com 30 mortos, 110 feridos e 945 presos – Foto: Autor desconhecido/Domínio público
Pedregulho –
Dono de um título da Unesco de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural Urbana, o Rio de Janeiro alia à natureza exuberante obras de imenso valor arquitetônico. Uma delas é o Pedregulho, como é conhecido o Conjunto Habitacional Prefeito Mendes de Moraes, em São Cristóvão. Projetado pelo arquiteto modernista Affonso Eduardo Reidy e construído entre 1948 e 1958, o Pedregulho conta com mural de azulejos de Candido Portinari. Na escola que integra o complexo, estão um painel e um afresco de Burle Marx. Criado para abrigar funcionários públicos, o conjunto passou por um longo processo de deterioração, mas está sendo restaurado – Foto: Cortesia/Nabil Bonduki
Candelária –
Construído no decorrer de mais de um século, o mais imponente templo católico da cidade, a Igreja de Nossa Senhora da Candelária, no Centro, é também referência na luta pelos direitos humanos. Na fotografia acima, de 4 de abril de 1968, a cavalaria da Polícia Militar encurrala pessoas que saíam da igreja. Elas haviam participado de uma missa de sétimo dia do secundarista Edson Luís de Lima Souto, morto durante invasão policial do restaurante estudantil Calabouço. Oito anos antes, com a construção de Brasília, o Rio de Janeiro tinha deixado ser a capital do Brasil. Ganhou status de Estado – Guanabara – por 15 anos, mas perdeu poder político e econômico. Ainda assim, sediou importantes focos de resistência à ditadura militar instalada em 1964 – Foto: Divulgação/Evandro Teixeira
Violência é um dos temas com pior avaliação dos moradores de favelas brasileiras – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
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