2010, céu de brigadeiro

Estamos em ano eleitoral. Como de praxe, muito dinheiro será gasto em propaganda e divulgação dos nomes dos políticos que concorrerão na eleição. O governo provavelmente não trará nenhuma surpresa, pelo menos desagradável, e, portanto, as previsões dos experts em economia e mercado indicam um céu de brigadeiro e um mar de almirante para o primeiro semestre de 2010 em nosso País. O mercado de arte também pensa do mesmo modo e está preparado para aproveitar esta nova era de estabilidade que tantos preveem após a “marolinha” do ano passado. Senão vejamos:

A Bolsa de Arte do Rio de Janeiro está em plena captação de peças importantes nas áreas de arte moderna, contemporânea, fotografia e móveis de designers brasileiros para o leilão programado para o fim de abril em São Paulo. Thiago Gomide, o responsável pelo escritório em SP, espera montar um leilão com peças especialmente selecionadas. “A economia está bem e o mercado comprador de peças de qualidade também “, diz Thiago. Seguindo o mesmo pensamento Aloisio Cravo também está captando obras para o leilão que deverá ser realizado na segunda quinzena de abril, no Hotel Unique, em São Paulo. A ênfase, porém, será em contemporâneos já consagrados e fotografia dos mestres e desta vez não haverá móveis. “Os muito novos têm seu lugar nas galerias”, diz Aloisio.
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James Lisboa tem o catálogo pronto para o leilão marcado para 15 de março que nesta edição volta para o Leopoldo Plaza. “Vamos ter de a a z”, diz Acacio Lisboa que ajuda o pai em toda a operação da casa de leilão.

Ao contrário das casas acima citadas, a James Lisboa Escritório de Arte traz para esse leilão uma oferta abrangente em estilos, tamanhos e qualidade. “Conseguimos trazer para o leilão obras inéditas no mercado, vindas de coleções particulares. Eu diria que conseguimos o melhor de cada um dos acervos que selecionamos”, diz James.

O catálogo do leilão traz fotos e preço-base de obras acadêmicas, modernas, contemporâneas e até óleo sobre tela de pintores viajantes que raramente são ofertados no mercado. Destaques dessa seleção vão para um Pedro Alexandrino de altíssima qualidade; trabalhos de Wesley Duke Lee e Burle Marx; uma aquarela de 1928 de Cícero Dias; Santa Ceia, de Clóvis Graciano; trabalhos de Willy de Castro; um óleo de Portinari; Beatriz Milhazes; e um painel dos celebrados “Os Gêmeos“.

Na área internacional, cabe ressaltar o trabalho de George Mathieu que na Europa já chegou a atingir preços que variam de 200 a 300 mil euros. Fica aqui a expectativa de ver o que irá acontecer. Espera-se muito da economia e do mercado de arte no Brasil que não sofrerá por falta de empenho e entusiasmo dos profissionais brasileiros. Viva 2010!

*Marco Aurélio Jafet é administrador de arte com título de MFA (Master of Fine Arts) pela Columbia University de Nova York


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