A arte brasileira tem ponto de vista

Parafraseando Jean-Luc Godard, a grandeza da arte brasileira é que, mesmo quando não era nada para o circuito de arte internacional, tinha seu ponto de vista. O movimento modernista de 1922 pode confirmar. Na contemporaneidade, artistas como Rivane Neuenschwander, reconhecida em alguns países, surfa nas ondas turbinadas do mercado mundial com uma brasilidade escancarada, agora exposta no New Museum de Miami. Ainda dos Estados Unidos, Carlito Carvalhosa expõe no MoMA, com curadoria de PérezOramas, curador da próxima edição da Bienal de São Paulo. Num mundo competitivo, em que vender é a palavra de ordem, vivemos situações prosaicas como o fechamento, depois de 15 anos, da Art Forum de Berlim. A curadora brasileira Teresa de Arruda, que mora lá há mais de 20 anos, nos conta como a recém-criada ABC – Art Berlin Contemporary arrastou as melhores galerias da cidade para sua feira inaugural, destruindo literalmente a concorrente. Dentro do clima de “Brasil Sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas”, o Rio de Janeiro lança, no ano que vem, três museus: o Museu de Arte do Rio (MAR), o Museu do Amanhã, na zona portuária, e o novo Museu da Imagem e do Som (MIS), em Copacabana. Na esteira da programação carioca, fomos visitar três ateliês e aproveitamos para ouvir o galerista Márcio Botner, um dos donos da galeria A Gentil Carioca, ao lado de Laura Lima e Ernesto Neto. Em São Paulo, falamos com Cildo Meireles e José Resende, dois artistas especiais, consistentes e criativos. Esta edição, que sinaliza o início da temporada aquecida no mercado de arte internacional, ainda põe foco em Maria Bonomi e nos irmãos Campana – artistas que, de uma forma ou de outra, são legítimos representantes da arte brasileira, e com ponto de vista.


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.