Entre os dias 7 e 10 de abril, o Pavilhão Ciccillo Matarazzo, prédio-sede da Fundação Bienal de São Paulo, no Parque Ibirapuera, será novamente palco da SP-Arte. Neste ano, a mais tradicional feira de artes visuais do País reunirá 124 expositores, 15% dos quais são participantes estrangeiros. Entre eles, algumas das mais influentes galerias do mundo, como as norte-americanas Gagosian, David Zwirner e Michael Werner, as britânicas White Cube e
Lisson, as italianas Continua e Cardi, a mexicana Kurimanzutto e a alemã neugerriemschneider.
A feira conta ainda com forte presença de galerias nacionais, como as paulistanas Dan, Fortes Vilaça, Luciana Brito, Luisa Strina, Mendes Wood DM e Nara Roesler. Outros estados do País também serão representados. Do Rio de Janeiro, vêm as galerias Anita Schwartz, Athena Contemporânea, Sandra Cintra + Box 4, Gustavo Rebello, Ipanema, Luciana Caravello, Márcia Barrozo do Amaral, Silvia Cintra e Ronie Mesquita. De Minas Gerais, baseadas em Belo Horizonte, estarão presentes AM, Celma Albuquerque, Manoel Macedo e Murilo Castro, e também a Lemos de Sá, de
Nova Lima, município da região metropolitana da capital mineira. O Sul do País também marcará presença com a galeria gaúcha Bolsa de Arte e as paranaenses SIM, Simões de Assis e Ybakatu. Vitrine de um mercado dinâmico e em constante renovação, a SP-Arte também continua a revelar novas galerias. Caso das paulistanas BFA (Boatos Fine Arts), Blau Projects, Frente, Sé Galeria e Warm, das cariocas Colecionador e MUV Gallery e da Mamute, de Porto Alegre, todas debutantes na feira paulistana.
Para aqueles que pretendem iniciar ou ampliar suas coleções, a boa-nova é que foi mantida a isenção de ICMS, concedida desde 2012 pelo governo do estado de São Paulo, para as negociações realizadas na feira. Mais uma vez, as galerias de São Paulo poderão usufruir do benefício, assim como o residente paulistano poderá adquirir obras vindas do exterior, nacionais ou estrangeiras, com isenção do imposto.
Projetos curatoriais
Pelo terceiro ano consecutivo, na seção Solo apresenta obras de galerias interessadas em expor produções individuais. Serão exibidos trabalhos de 16 artistas, 11 deles representados por galerias internacionais: Nicodim, de Los Angeles, que apresenta o artista polonês Przemek Pyszczek; Richard Saltoun, de Londres, com o francês Henri Chopin; Slowtrack, de Madri, com o espanhol Juan Zamora; espaivisor, de Valência, com o inglês Hamish Fulton; PSM, de Berlim, com a paulistana Marilia Furman; Lisabird, de Viena, com o alemão Maximilian Prüfer; e Casas Riegner, de Bogotá, com o colombiano José Antonio Suárez Londoño. A curadoria das mostras apresentadas em Solo está a cargo da curadora independente Luiza Teixeira de Freitas, radicada em Londres. Outro setor com forte viés curatorial é o Showcase, em que galerias selecionadas são convidadas a montar uma coletiva com no máximo três artistas e obras selecionadas de seu acervo. A ideia é dar espaço para artistas emergentes.
Pela segunda vez, a SP-Arte também inclui a edição de Performance, projeto realizado em parceria com o Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Protagonizado em 2015 por alunos recém-formados do Belas Artes, o projeto neste ano está aberto para artistas de todo o Brasil. Como na estreia, é o curador Cauê Alves, curador-assistente do pavilhão brasileiro da 56ª Bienal de Veneza, em 2015, que fará a seleção das dez performances para apresentações ao longo de toda a feira.
Obras comissionadas
Outra iniciativa que merece destaque pelo compromisso com a promoção de diferentes linguagens e práticas é o setor Open Plan. Com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti, curador italiano radicado no Brasil, a iniciativa apresentará nove obras inéditas, comissionadas para a feira. São instalações de grandes dimensões, especialmente criadas para dialogar com a arquitetura do pavilhão projetado por Oscar Niemeyer. Estarão presentes em Open Plan o italiano Seb Patane, da galeria Fonti, de Nápoles; o também italiano Francesco Arena, da galeria Sprovieri, de Londres; o espanhol Asier Mendizabal, da galeria ProjecteSD, de Barcelona; a americana Victoria Fu, da galeria Simon Preston, de Nova York; o cipriano Chritodoulos Panayiotou, da Rodeo, de Londres; e Radamés “Juni” Figueroa, da galeria Ultravioleta, da Cidade da Guatemala. Dos nove trabalhos, dois são de artistas brasileiros: Daniel de Paula, da galeria Jaqueline Martins, e Marcelo Cidade, da galeria Vermelho. A galeria Luciana Brito também estará presente em Open Plan, com um trabalho do mexicano Hector Zamora.
Um novo espaço para o design
Como parte da estratégia de inovação da feira, o evento agora contará com um setor dedicado ao design, que será instalado no terceiro andar do Pavilhão Ciccillo Matarazzo. O propósito da nova seção, nas palavras da diretora da SP-Arte, Fernanda Feitosa, é “mostrar o bom design brasileiro para apreciadores e também para o público internacional”. O setor pretende apresentar a longa história do design no Brasil e ser uma oportunidade para reconhecer a importância da produção local, do espírito do design brasileiro, caracterizado pela paisagem local, abundância de madeira e utilização da carpintaria tradicional, ainda que contemporaneamente incorpore grande preocupação com a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente.
Ao todo, estarão presentes 23 expositores, entre eles alguns nomes de nosso atual design autoral, como Baraúna, Etel, Dpot, Firma Casa, Mercado Moderno, OVO e Artmobili. Claro, o novo setor também reserva espaço para clássicos criados por ícones do design modernista made in Brazil, como Sérgio Rodrigues, Joaquim Tenreiro, Lina Bo Bardi, Oscar Niemeyer, Jorge Zalszupin, Giuseppe Scapinelli e Gregori Warchavchik. A seção também apresentará coleções especiais, como a criada por Claudia Moreira Salles para a ETEL e a série Cangaço, uma parceria dos Irmãos Campana e Expedito Seleiro, para a Firma Casa. Na DPOT, estarão expostas peças exclusivas de Geraldo de Barros e Jader Almeida.
Propondo um retrospecto da história do mobiliário brasileiro, o setor também terá dois expositores, os antiquários Sandra e Marcio e Itamar Musse, que apresentarão alguns dos primeiros móveis 100% brasileiros, peças datadas do século XIX e com forte influência art-nouveau. O setor também apresentará luminárias e tapeçarias de criadores como Maneco Quinderé, Jacques Douchez e Norberto Nicola. De olho no futuro do desenho industrial e mobiliário do País, a SP-Arte também exibirá trabalhos de alunos do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, núcleo de estudos que instituiu a graduação em design há mais de 30 anos, em 1984.
Reflexão e debate: ciclo TALKS
Em parceria com a feira paulistana, a revista ARTE!Brasileiros promove a terceira edição do ciclo de debates TALKS, nos dois primeiros dias da feira, 7 e 8 de abril (quinta e sexta-feira), em que será discutido o tema Coleções na América. Contando com a participação de diferentes agentes culturais, como colecionadores, historiadores, investidores, galeristas e artistas, o evento pretende refletir a respeito de como se constituem algumas das mais importantes coleções do continente americano, criando espaço para o diálogo e intercâmbio de experiências. Confira a programação completa: http://old.brasileiros.com.br/PQJAE
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