Arteaméricas na constelação das feiras de Miami

Arteaméricas de Miami se firma como uma feira dedicada à arte latino-americana e a melhor vitrina para os artistas que atuam no Continente. Sediada no epicentro do furacão das artes na América, onde galeristas, de quaisquer procedências, querem concretizar suas ambições comerciais, a Arteméricas aumenta cada vez mais seu raio de ação. Organizada no Centro de Convenções de Miami, a pioneira Arteaméricas é comandada pelo publicitário, colecionador e empresário Leslie Pantín e é conhecida como um dos eventos que ajuda a fazer de Miami o maior escoadouro de arte dos Estados Unidos e das Américas. Presidente da Feira, ele conta, na vice-presidência, com Emilio Calleja. De seu escritório em Miami, Leslie Pantín dá um depoimento especial à ARTE!Brasileiros.

“Meu interesse pela arte vem de longa data. Desde 1983, quando casamos, eu e Martha começamos a comprar obras de arte, inicialmente de artistas locais. Nesta época, nunca imaginávamos que 20 anos depois estaríamos tão envolvidos com arte como estamos hoje em dia. Desde que fundamos Arteaméricas, em 2003, passamos a comprar obras de arte em cada feira.

Na verdade, tudo começou quando a Merrill Lynch, cliente de minha agência de relações públicas, me deu a tarefa de criar um evento que causasse impacto no mercado hispânico de altos recursos em Miami. Recebemos um orçamento para gastar até o primeiro trimestre do ano seguinte. O tempo era curto e tínhamos duas opções: ou realizar um concerto de música clássica ou uma feira de arte; ambos os eventos deveriam estar ligados à América Latina. Como eu tinha alguma experiência em arte, escolhi a feira.
O caminho da aprendizagem nesse meio foi duríssimo, assim como continua sendo até hoje. Eu e Emilio Calleja, que também é meu sócio em outro evento, arregaçamos as mangas e, por nove meses, trabalhamos muito. Conseguimos inaugurar a primeira Arteaméricas em março de 2003, no mesmo dia em que estourou a Guerra no Iraque.
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No início, o mercado de Arteaméricas era entre os hispânicos de Miami, mas depois de alguns anos se ampliou para todo mercado do sul da Flórida, com hispânicos nos Estados Unidos e agora também com a América do Sul.

Nos últimos tempos os Estados Unidos passaram pela pior crise econômica dos últimos 70 anos, e mercado de arte também foi afetado. No entanto, este ano a recuperação financeira começou e a venda de obras de arte nesta edição de Arteaméricas, que aconteceu em março, melhorou muito.

Miami é um centro importante para as Américas, não só por sua localização geográfica, como também pela quantidade de voos para a América e Europa, pelo aeroporto e por seu porto marítimo. Somado a tudo isso, Miami conta com sua gente, que é seu maior patrimônio. A cidade é o resultado dessa mescla de cultura e de idiomas que dão um sabor internacional. A população de Miami recebe muito bem a todos, compreende e respeita as outras culturas que falam outros idiomas. Em 2013 vamos estendê-la para a Espanha, que será o país convidado e onde muitas galerias já estão interessadas em participar.

Hoje a comunidade brasileira em Miami é cada dia mais importante. Por isso mesmo queremos ter o Brasil como país convidado da próxima Arteaméricas, em março de 2012. Este ano foi o México e agora vamos colocar foco no Brasil. Estamos apostando na participação de galerias de arte, museus, centros e instituições culturais de todo o País. Para isso, já começamos a trabalhar. Queremos uma grande feira”.


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