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Ainda com muito frio, mas aproveitando a saída do Sol depois da intensa nevada, centenas de pessoas visitaram a Volta NY, uma feira jovem que nasceu em 2005 em Basel, na Suíça.
No seu novo local em Manhattan, na rua Mercer no coração do SoHo – em Downtown, como é chamada a região da cidade que se concentra no sul da ilha -, a feira apresenta uma seleção inebriante de trabalhos e experimentações pouco conhecidas do mercado da arte, regido por grandes galerias.
“O novo local tem sido chave tanto para expositores como para visitantes e a energia de estar no SoHo realmente deu uma sacudida positiva para a feira,” comenta Amanda Coulson, Diretora artística de VOLTA.
Ela se refere ao espaço em que é montada a feira, um antigo prédio tradicional de Nova York, que foi reformado e que cria por si só um referencial diferente para quem transita pela exposição dos trabalhos.
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Piso de madeira, paredes descascadas e enormes janelas por onde entram a luz e as imagens do bairro trazem um clima aconchegante.
Além do conceito expográfico, um diferencial da feira é a proposta de mostrar projetos individuais de artistas e galerias que estão começando a ter maior presença no mundo da arte, independentemente da sua idade. O evento é organizado como uma espécie de boutique das artes, um lugar de descoberta, uma vitrine para posições contemporâneas de arte relevantes. Só duas grandes instalações chegam a custar U$ 250.000 e em geral os preços das obras oscilam entre U$ 6.000 e U$ 40.000.
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Ao subir uma das escadas e entrar numa das salas, somos surpreendidos por uma eletrizante projeção de vídeo sobre o chão, que não é nem mais nem menos que a imagem de um rio em movimento com peixes nadando.
Uma construção com bolsas, pedras e areia determina o limite da projeção e traz a ideia de estarmos nas margens de uma bacia hidrográfica. Talvez se esta instalação, de autoria de Anita Glesta, chamada Watershead estivesse em outro contexto não chamaria tanto a atenção. O que cria o estranhamento é que ela faz com que o visitante mude muito rapidamente de “cenário”.
Para Anita Glesta, que trabalha com arte pública, esta é uma das suas formas de expressar sua revolta com a degradação do meio ambiente, trazer a reflexão para os espaços onde moramos e, em última instância, sobre o homem e a memória.
Ela é da terceira geração nova-iorquina, descendente de imigrantes russos e poloneses. Desde seus doze anos se colocava politicamente em seus trabalhos de expressão artística e chegou a ganhar um prêmio do jornal New York Times pelo seu cartaz Earth Day of the World. Ela pertence à geração americana dos anos 70, dos pais e filhos que lutaram contra a guerra do Vietnam.
Vários dos seus trabalhos foram exibidos em Copenhague, México, Cracóvia e trabalhou em um vastíssimo projeto público com o Federal Census Bureau Building de Washington.
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Um trabalho muito comentado e que teve sucesso de vendas foi o do artista Congolês Aimé Mpane, apresentado por Walter de Weerdt da Galeria NOMAD de Bruxelas. A obra, chamada Nature est Morte, foi vendida por aproximadamente U$ 40.000 a um colecionador de Kansas City, Missouri, Estados Unidos, e outras foram adquiridas por um colecionador Belga. Ele trabalha basicamente com madeira, fios de algodão e pintura, mas mesmo as pinturas são objetos separados das paredes que criam sombras e uma outra imagem projetada. Walter está interessado no mercado brasileiro e se prepara para vir conhecê-lo em 2014.
Na feira se apresentaram 95 galerias internacionais de seis continentes mostrando artistas de 38 nações.
Mais um ponto de referência cultural que se consolida.
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