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Neste ano comemora-se o 100º aniversário da inovadora The Armory Show, tradicional feira de arte de Nova York. Inaugurada no dia 17 de Fevereiro de 1913, a The Armory Show mudou o curso da história da arte americana, trazendo para o público vários artistas da vanguarda europeia da época, dentre eles Marcel Duchamp.
Originalmente chamada de Exibição Internacional de Arte Moderna, a feira acontecia na Rua 69 com Lexington, no 69 Regiment Armory, um edifício histórico, espécie de fortaleza, que iniciou sua construção em 1904 e ainda é usado para abrigar o regimento de infantaria desse número. Mudou seu nome para Armory Show em 1999 e continua até hoje sendo um expressivo espaço da arte contemporânea na cidade americana.
A exibição, na época, ocasionou inúmeras polêmicas. A imprensa chamou os quase 300 artistas que apresentaram mais de 1.200 trabalhos de “degenerados”, “paranoicos” e “insanos”. A arte era “epiléptica” e o show estaria sendo feito num “manicômio”. O famoso pintor francés Matisse foi chamado por um conservador pintor americano, William Merritt Chase, de “charlatan” (em português, charlatão).
Então presidente dos Estados Unidos, Teddy Roosevelt, chegou a dizer que não entendia porque alguns desses artistas “chamados de cubistas”, referíndo-se especialmente a Picasso, “não eram chamados de octogonistas, paralelepidosistas ou apenas de triângulos isósceles”, tal a comoção que o “olhar” dos modernistas chegava a causar.
Hoje, um século depois, a reação frente as múltiplas formas de expressão é bem diferente, ainda que existam inúmeras dúvidas sobre quem serão os Matisses do futuro. Para Allison Rodman, nova Diretora de Comunicação Executiva da feira, o importante é manter a tradição, mostrando sempre trabalhos e artistas novos e apostando na qualidade deles. Neste ano varias mudanças organizativas foram feitas, dentre elas a arquitetura, que ficou a cargo do estúdio americano Bade Stageberg Cox.
Nesta edição da mostra seus preferidos são o elenco apresentado pela Lisson Gallery, uma das principais galerias Londrinas, que de fato trouxe para a feira duas obras maravilhosas da dupla Allora & Calzadilla , e a apresentação da Rod Bianco de Oslo, com os artistas Bjarne Melgaard, australiano, e Sverre Bjertnes, da Noruega.
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Se a tradição quanto a trazer novos artistas se mantém, nesta oportunidade algumas galerias optaram por fazer uma homenagem aos 100 anos. Foi o caso da tradicional Gagosian, que montou um stand exclusivamente com obras do menino travesso Andy Wharol.
Especificamente com um dos seus conhecidos autorretratos, Andy Warhol, Camouflage, de 1986. Cobrindo uma das paredes, camuflagens em uma lona de quase 8 metros, também de 1986. Os autorretratos, de 80cm x 80cm já alcançaram o preço, em 2007, na Sotheby´s, de U$ 12.3 milhões de dólares. Warhol se pintou e pintou vários destes, em várias cores, fazendo uma alegoria ao padrão de design usado nas roupas militares.
Allison, que estudou pintura e historia da arte, admite não conhecer quase nada sobre arte contemporânea brasileira, mas pretende acompanhar a participação das galerias nacionais na mostra.
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