O quarto Seminário Internacional ARTE!Brasileiros aconteceu no dia 8 de setembro, no Auditório Ibirapuera, com o tema Arte Contemporânea e Realidade. Diversos especialistas discutiram a questão, tendo em mente o contexto social, histórico, político e científico atual, quando o próprio conceito do que é real tem sido questionado e reinventado. Veja abaixo as entrevistas com alguns dos participantes do evento:
O curador da 32a Bienal de Sao Paulo Jochen Volz falou sobre o papel da Bienal como uma plataforma de discussão, onde várias ideias podem se juntar e se desdobrar em novas ações. Ao longo do seminário, ele também ressaltou como a temática desta edição – Incerteza Viva- se relaciona com o momento presente, marcado por mudanças climáticas, a crise da representatividade e a própria questão imigratória.
O artista chileno Alfredo Jaar foi responsável por abrir o seminário. Arquiteto de formação, o artista ressaltou que entender o contexto dos fenômenos sociais é uma parte central de sua produção. A questão da imigração foi a temática mais abordada em sua fala. Ao longo da apresentação, diversas fotos de refugiados foram transmitidas, enquanto o artista falava sobre a manipulação das imagens e o seu impacto diante da sociedade.
O diretor artístico do MALBA Agustín Pérez Rubio ressaltou o papel dos museus na contemporaneidade. Segundo Rubio, os museus devem ser “organismos vivos, tornando-se flexíveis diante das novas realidades. Ele ainda reforçou a importância dos museus se abrirem a outras narrativas, além das oficiais, provindas de grupos marginalizados historicamente como os índios, as mulheres e homossexuais
A diretora do departamento artístico da Documenta14, Marina Fokidis, comentou que com a crise européia “houve uma separação do continente entre norte e sul. Nessa divisão, a Grécia e outros países assumiram os estereótipos negativos do que seria o sul”. Foi nesse contexto que a revista South as a State of Mind, hoje plataforma de conteúdo da Documenta 14, foi idealizada pela curadora grega.
O psicanalista e colunista da Brasileiros Christian Dunker falou sobre a construção da usina de Belo Monte e do descaso por parte das autoridades governamentais com as vítimas. A partir desse caso, Dunker abordou as conexões entre a psicanálise e a arte contemporânea, e como ambas podem ajudar a amenizar o sofrimento psíquico e os traumas gerados por eventos como Belo Monte.
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