“Brasil Mosaico Cultural” divulga festas populares do País

Tambor de Crioula da Ilha

Seis festas populares brasileiras estão retratadas na exposição “Brasil Mosaico Cultural” que tem curadoria da antropóloga Maria Lúcia Monte: o Círio de Nazaré, de Belém do Pará; Cavalhadas de Pirenópolis, de Goiás; Fandango Caiçara, do Paraná e São Paulo; Jongo do Sudeste; Samba de Roda do Recôncavo Baiano e Tambor de Crioula da Ilha, no Maranhão.

A mostra – que acontece até 7 de outubro em Vinhedo, São Paulo, e dos dias 16 de outubro a 23 de novembro no Rio de Janeiro – conta a história das manifestações regionais com biombos de imagens e textos e um painel multimídia que transmite um documentário sobre cada uma das festas.

Idealizado pela produtora cultural Ana Maria Xavier, o projeto é realizado com apoio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura, patrocínio da Scania e apoio institucional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.

Conheça as festas populares
Círio de Nazaré
A festa em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré integra ritos de intensa devoção, aspectos de feira e diversão. Com uma média de 2 milhões de visitantes ao ano, o evento que ocorre em Belém recebe romeiros, pagadores de promessa, moradores locais, turistas que se reúnem e celebram a “quadra nazarena”, no tradicional almoço com pato no tucupi, prato típico paraense.

Cavalhadas de Pirenópolis
A celebração do Espírito Santo é uma das mais antigas da cristandade. Por isso a festa do Divino de Pirenópolis inclui combates medievais de cristãos e mouros encenados nas Cavalhadas, sua grande atração. A confecção das roupas e adereços dos cavaleiros e dos mascarados, do Imperador, dos integrantes das Folias e dos cortejos, das comidas da festa, dos enfeites dos altares e andores, das lembrancinhas para os turistas integram a comunidade durante o ano todo na preparação da festa que é símbolo de sua identidade.

Fandango Caiçara
Ícone da identidade cultural caiçara no litoral sul de São Paulo e norte do Paraná, o fandango é sinônimo de baile animado, com canto, dança e música de viola, rabeca e pandeiro. Variante da cultura caipira de uma população isolada, dividida entre a agricultura e as lides do mar, o fandango, batido ou valsado, era quase seu único divertimento. Mas ele herdou também das culturas tradicionais e populares um profundo sentido de devoção, expresso em sua presença na dança de São Gonçalo e nas Folias de Reis ou do Divino.

Samba do Recôncavo baiano
Samba de roda, com passo miudinho e umbigada, vem dos batuques de antigos escravos bantu do Recôncavo baiano. Dançado ao som de viola, pandeiro e prato e faca, ele une ao legado africano o instrumento musical e os versos portugueses. Samba corrido ou samba chula não tem hora, é diversão em batizado e aniversário, e ainda alegria profana em festas devotas, da Boa Morte e de Cosme e Damião, ou nos toques de Caboclo em terreiro de candomblé. Samba de roda é patrimônio cultural e símbolo de identidade do Recôncavo.

Jongo do Sudeste
Jongo é versão do batuque de umbigada dos escravos do Vale do Paraíba. É também chamado caxambu e tambu, tambor de invocação dos ancestrais. Seus pontos são adivinhas incompreensíveis ao senhor e meio de demanda dos velhos cumbas, feiticeiros da palavra capaz de amarrar quem não desatasse o ponto. Devotos de São Benedito, do Rosário, das almas e dos Pretos Velhos da Umbanda, os jongueiros tocam em suas festas e celebram o Dia do Trabalho, 13 de Maio e o Dia da Consciência Negra, símbolos de resistência e identidade.

Tambor de Crioula da Ilha
Tambor de Crioula é dança que partilha com o jongo e o samba de roda a percussão e a umbigada. Suas toadas, quando improvisadas, dão lugar a desafios poéticos dos cantadores. Os tambores associam essa forma de diversão ao mundo jeje dos voduns e encantados, mas também se dança para São Benedito – ou para o vodum Avereketi – um tambor de promessa. O tambor toca ainda com as caixeiras do Divino da Casa Fanti-Ashanti, no Bumba Boi e no carnaval. A exuberância do tambor de crioula faz dele um símbolo da identidade maranhense.

Serviço:
Onde: Memorial do Imigrante. Avenida dos Imigrantes, sem número – Portal – Vinhedo, São Paulo
Quando: até 7 de outubro de 2012

Onde: Galeria BNDES – Avenida República do Chile, 100 – Centro – Rio de Janeiro – RJ
Quando: de 16 de outubro a 23 de novembro de 2012


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