Crítico fala sobre o seminário “Quem é Quem na Arte Contemporânea Internacional”

Discutir e tentar entender o passado das artes plásticas – à luz da história e com o distanciamento do tempo – é uma tarefa mais fácil do que analisar o cenário atual, que está em constante transformação e desenvolvimento. É isso o que afirma o jornalista, crítico e professor Fabio Cypriano, um dos participantes do seminário “Quem é Quem na Arte Contemporânea Internacional”, evento que debaterá justamente as artes plásticas nos dias de hoje. Para tal desafio, o seminário organizado pela revista ARTE!Brasileiros (em parceria com o Latitude – Platform for Brazilian Art Galleries Abroad) reúne um time de importantes nomes nacionais e internacionais (veja abaixo), e promete tanto esclarecer temas do presente quanto “indicar caminhos que estão sendo traçados por importantes agentes da arte contemporânea”, como explica Cypriano.

O crítico ressalta ainda que a discussão sobre a força do mercado no mundo das artes deve ser um importante pano de fundo do seminário, dividido em cinco mesas (abertura, apresentação e três painéis). “A presença do mercado não é um problema em si; é normal na arte desde o começo. Mas é necessário ter espaços que independem do comércio, e o seminário é importante no sentido de analisar instituições que estão criando caminhos alternativos ao mercado”. Cypriano aponta como exemplo a Associação Cultural Videobrasil, existente há 30 anos, que auxiliou no desenvolvimento da videoarte no País. Solange Farkas, diretora e curadora da associação, participará do primeiro painel do seminário.

A geopolítica da arte, tema do terceiro painel do seminário, é outro ponto destacado por Cypriano. Em tempos de globalização, o eixo principal da arte contemporânea se expande para além de América do Norte e Europa, dominantes no século XX, e se espalha pelos cinco continentes. “Essa tradição EUA/Europa está sendo colocada em cheque com novas produções, em países como Índia, China e na África, por exemplo”, explica. “Existe um risco dessa produção tentar se assemelhar demais ao que existe no Ocidente… de ser domesticada, digamos assim. Então a questão é como manter o que é individual, particular. E o interessante é que teremos na mesa do seminário pessoas que trabalham  em lugares como China e Rússia, ou ainda em Recife (PE), e que vão falar como se dá a produção em um sentido marginal”.

 

 


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