Conhecidos no mundo da arte como o casal de colecionadores de arte contemporânea mais influentes dos Estados Unidos, Mera e Don Rubell são descobridores. Frequentadores incansáveis de galerias e estúdios, donos de um entusiasmo infatigável para conversar com artistas e outros amantes da arte, os Rubell já descobriram, colecionaram e mostraram o trabalho de centenas de artistas contemporâneos dos EUA e de outras partes do planeta que consideram importantes artisticamente, como a China. Agora os Rubell vêm ao Brasil. Durante uma visita de oito dias ao País, que coincide com a feira SP-Arte, os Rubell estão planejando visitar dezenas de estúdios de artistas e galerias comerciais.
É uma ótima notícia o fato de que os Rubell queiram fazer novas descobertas em São Paulo. O cenário de colecionadores de arte contemporânea nos EUA – e, em grande parte, no mundo inteiro – é encabeçado por compradores “alfa”, menos de cem ao todo, que parecem agir como turbocompressores sobre os hábitos de colecionismo dos demais, tendo disposição para garimpar a fundo, com inteligência notável e alta energia. Como não existem colecionadores americanos mais alfa que os Rubell, sua vinda certamente vai atrair holofotes sem precedentes sobre quaisquer brasileiros que sejam foco de atenção.
Criada em 1964, em Nova York, e levada para Miami em 1993, a Rubell Family Collection é um dos maiores acervos privados de arte contemporânea do mundo. Em constante expansão, reúne trabalhos de artistas conhecidos como Jean-Michel Basquiat, Keith Haring, Damien Hirst, Jeff Koons, Cindy Sherman, Kara Walker e Andy Warhol. Mera e Don Rubell abrigam suas obras em um museu 4.200 m2, em Miami, e são conhecidos por convidar seus pares ao lugar, cada dezembro, durante a feira Art Basel Miami Beach, para verem uma mostra com as “compras” que fizeram ao longo do ano anterior.
Por vários anos, o casal concentrou suas aquisições de modo extensivo no cenário emergente de arte na China. Também comprou, com entusiasmo similar, no mercado de Los Angeles e entre artistas afro-americanos. Para cada conjunto de obras, o resultado foi uma exposição emocionante, acompanhada de um catálogo erudito. O tipo de evento do mundo das artes que transforma, com caráter permanente, tanto os gostos quanto o mercado. Além disso, o interesse dos Rubell pela arte contemporânea é alinhado com o seu compromisso contínuo com a educação, que se vê refletido nos programas de sua Fundação, e também em sua participação no TALKS – Arte como Valor, série de palestras aberta ao público, realizada durante a SP-Arte e organizada em parceria com a ARTE!Brasileiros.
Durante sua passagem por São Paulo, os Rubell terão a missão de descobrir nomes brasileiros que podem vir a ser referência do País no atual cenário global de arte. “Don e Mera sempre estiveram em consonância precisa com os novos acontecimentos na cultura global”, diz Juan Roselione-Valadez, diretor da Rubell Family Collection. “Faz sentido que neste momento estejam olhando para o Brasil, onde tantas forças culturais ainda se misturam e florescem.” Como sempre, o foco do casal permanecerá sobre artistas emergentes e em meio de carreira, e que estão rompendo padrões. Pessoas que estão criando expressões unicamente brasileiras do que é estar vivo hoje em dia no planeta Terra.
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