Nesta quarta-feira (19), Dia Mundial da Fotografia, São Paulo abre, para convidados, a 9ª edição da SP-Arte/Foto. Com 30 galerias brasileiras e estrangeiras, a feira terá como destaque o TALKS/Foto: Reflexões, série de debates feita em parceria com a ARTE!Brasileiros. Entre os convidados está Sarah Meister, curadora de fotografia do Museum of Modern Art (MoMA) de Nova York, que lança nos próximos meses o primeiro volume de Photography at MoMA, que vai se debruçar sobre o acervo do museu entre os anos 1960 e os dias de hoje. No capítulo New Documents and Beyond, Meister assina um ensaio, parcialmente publicado na ARTE!Brasileiros #30, em que analisa a influência de um livro-chave para fotografia mundial: The Americans, do suíço Robert Frank (1924).
Lançado originalmente em francês, como Les Américains, em 1958, e no ano seguinte em inglês, o título com prefácio do escritor Jack Kerouac teve o impacto de uma road trip beatnik em fotos que retratavam camadas altas e baixas da sociedade norte-americana: “É assim que somos na vida real”, escreveu Kerouac. Com a ajuda do também fotógrafo Walker Evans (1903-1975), Frank conseguiu uma bolsa da John Simon Guggenheim Foundation e viajou pelos Estados Unidos em 1955. Ao longo de dois anos, fez cerca de 28 mil registros. Desses, 83 estão nas páginas de The Americans.
Em seu ensaio, Meister lembra que o lançamento rendeu críticas “impiedosas”, como a publicada na revista Popular Photography, que descreveu o livro como “um poema triste para pessoas doentes” e “marcado pela malícia, pela amargura e por preconceitos rasos, o que mostram muitas de suas imagens manchadas, a granulação desnecessárias, exposição turva, horizontes embriagados e desleixo geral”. Para a curadora, The Americans surgiu como “um pináculo de integridade e independência artística”, e marcou uma mudança de curso: “Enquanto a geração que havia amadurecido artisticamente na década de 50, ou antes, via seus trabalhos circularem primeiro nas páginas da Life, Look, Fortune, Esquire, Vogue, Harper’s Bazaar e outras revistas na Europa e nos Estados Unidos, os artistas da geração mais recente em grande parte recusavam-se a publicar em revistas, seja por princípio ou porque outras formas de ganhar a vida começavam a surgir”.
Nesta quinta-feira (20), das 17h às 18h30, Sarah Meister retoma The Americans em sua palesta no TALKS/Foto: Reflexões, para discutir o caráter documental e o valor artístico da fotografia, em conversa com a jornalista Simonetta Persichetti. E, em homenagem ao Dia Mundial da Fotografia, publicamos a seguir algumas das fotos presentes na obra de Robert Frank:
Leia mais:
ARTE!Brasileiros realiza o TALKS/Foto: Reflexões
A fotografia como objeto – Entrevista com Sarah Meister
Caiu na rede – Entrevista com Georgia Quintas
Deixe um comentário