Já é carnaval, e escrevo este editorial ao som dos blocos que invadem a Vila Madalena, onde fica a nossa Redação. Fechamos esta edição com a trilha sonora perfeita para tratar dos simbolismos que fazem parte da construção da identidade brasileira. A matéria de capa, que estampa obra inédita de Adriana Varejão, fala da pele cultural que habitamos, com uma série de retratos não pintados por ela, mas sobre os quais faz uma “intervenção” com as cores pesquisadas. O resultado é uma catalogação imersa em uma atmosfera de arquivo imaginário da artista, que parte de dados reais do IBGE. Há alguns anos, Adriana trabalha com o conceito de miscigenação e, em entrevista à ARTE!Brasileiros comenta esse seu novo trabalho, enquanto a antropóloga Lilia Schwarcz, que está escrevendo um livro sobre a artista, a ser publicado neste ano, analisa esse projeto.
Lina Bo Bardi, uma das mulheres fantásticas que escolheram o Brasil para morar, faria 100 anos e Kiki Mazzucchelli faz um voo sobre sua obra, enquanto o arquiteto Marcelo Ferraz lembra os “estragos” feitos no projeto original de Lina, do Museu de Arte de São Paulo. Em ano de Bienal, fomos ao Ibirapuera conversar com o presidente Luis Terepins e parte da diretoria. Voltamos satisfeitos. Uma das novidades é que não haverá mais exposições entre as edições da Bienal, assim ficaremos livres de equívocos, como a mostra 30X Bienal – Transformações na Arte Brasileira da 1ª à 30ª Edição.
Com um mercado alvoroçado pelo Decreto Lei que cria regras para o tombamento de obras de arte, Fabio Cypriano coloca o dedo na questão e Marcos Ferraz vai a campo ouvir especialistas da área. Incensado como o maior nome do grafite contemporâneo, Banksy, com obras que alcançam cifras de um Andy Warhol, está na mostra Street Art – Um Panorama Urbano, na Caixa Cultural, em São Paulo. José Roberto Aguilar, marco da zona criativa de São Paulo, ganha livro minucioso que reúne o melhor de sua trajetória. Outro inovador, Julio Plaza, com ideias e ações que repercutem até hoje na arte brasileira, também é homenageado nesta edição.
De olho na Ásia, Tereza de Arruda foi à Índia para saber como será a próxima Bienal de Kochi-Muziris e, em abril, será curadora da mostra China Arte Brasil, que vai acontecer na Oca. Dentro do projeto, a ARTE!Brasileiros organiza o Colóquio China Arte Brasil, com especialistas de peso do Ocidente e Oriente.
Boa leitura!
Deixe um comentário