Espaço alternativo para as artes plásticas é aberto em São Paulo

Fotos divulgação

Obra de Thyra Schmidt

Apesar do foco nas artes plásticas, o estemp não é nem um museu, nem uma galeria, nem um ateliê. A proposta do novo espaço paulistano, que abriu na última quinta-feira, dia 13, em Pinheiros, é ser palco para novas experiências artísticas, promovendo residências, exposições e atividades criativas de todos os tipos. Como funcionará o estemp, na prática, é algo que nem sua idealizadora – a artista alemã Ellen Slegers – sabe dizer ao certo. E é justamente essa a graça: “Quero que os artistas sejam livres aqui, e eu também quero ser livre”, diz ela.

Slegers já teve um projeto similar em Dusseldorf, chamado estemp(orary), que promovia processos livres de criação e mostras em um ateliê. O conceito do novo espaço, segundo Slegers – que mora no Brasil há alguns anos –, é inspirado em experiências criadas por importantes artistas dos anos 1950 e 1960, que fizeram com que a arte saísse das instituições convencionais. Andy Warhol, por exemplo, chamava seu ateliê em Nova York de “Factory”, e lá reunia artistas, promovia festas, concertos etc. A ideia, de modo geral, é que a arte saia do “cubo branco” e penetre na vida real, em diferentes locais e espaços alternativos.

Na abertura da estemp, a exposição “Neblina no Outro Lado da Rua” reúne obras de três alemães – Hannes Norberg, Thyra Schmidt e Juergen Staack – que vieram ao Brasil a convite de Slegers para uma residência artística. As obras não estarão à venda, já que a ideia é justamente se distanciar dos formatos usuais. “A posição do galerista, ao montar uma exposição, é de pensar em vendas para colecionadores e instituições. A posição do curador é de ter uma linha de pensamento, uma pesquisa. No meu caso não é nem um nem outro, aqui a coisa é mais aberta.”

Logo surge a questão: como se sustentar com um modelo desses, sem vendas nem apoios institucionais? “Neste momento é um investimento, tem um patrocinador particular. O que fizemos foi uma troca, eu fico com as obras que esses artistas fazem aqui. Não pretendo vender, mas sei que, se precisar, essas obras tem valor de mercado”. Além disso, Slegers deve ir atrás de outras formas de captar recursos, mas sabe que não será fácil.

Com as residências – além dos três artistas que expõe agora, mais cinco já foram convidados –, Slegers quer promover também o convívio entre os próprios convidados, para estimular suas criações, e iniciar um trabalho com jovens de ONGs paulistanas. Se tudo isso vai dar certo ou não a alemã ainda não sabe, mas mostra grande disposição desde o início. Tanta disposição que aceitou até receber os primeiros artistas estrangeiros em sua própria casa, enquanto não tem um local definido para isso. “Eles gostaram de lá, da piscina e tal. A casa está cheia…”.

Obra de Hannes Norberg

estemp – Exposição “Neblina no outro lado da rua”

Abertura: 13 de junho, das 19h às 23h; até 30 de julho de 2013

Endereço: Avenida Pedroso de Morais 1234, São Paulo, Pinheiros

entrada gratuita

 


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.