Já não é novidade a transformação causada pelo avanço tecnológico. É possível acessar a internet de praticamente qualquer local e a um custo cada vez menor. Lojas, locadoras de filmes, supermercados e outros tradicionais espaços comerciais já não são mais exclusivamente físicos, mas também cibernéticos.
Tendo em vista esse contexto, a Conectearte apresenta uma nova proposta de galeria. Sem espaço físico, o site permite ao público navegar pelas obras de diferentes artistas, além da possibilidade de compra online, dentre outros serviços. “Uma galeria online pode ser acessada de casa, do trabalho, da rua. No nosso caso, se pode ver as obras com detalhes, fazer a compra ou ainda tirar dúvidas”, afirma Jurandy Valença, curador do site ao lado de Patrícia Rabello.
Jurandy, que é artista plástico e jornalista, conta sempre ter convivido com o sonho de ter uma galeria. Sua experiência na internet começou no início dos anos 2000, quando trabalhou na produção de conteúdo relacionado à arte – no site Arte Net.
Questionado sobre uma possível frieza na ação de comprar e ver obras na internet, o curador responde: “Não vejo com frieza. Eu acho que as galerias físicas podem ser muito frias. Eu mesmo já fui recebido friamente pelo funcionário ou galerista por não ter aquela cara de gente rica que vai consumir a obra”.
Ele lembra que, devido aos direitos do consumidor, o site possui um sistema de devoluções – nenhuma obra ainda foi devolvida. A Conectearte também possui uma ferramenta de “zoom” que permite ao consumidor ver pequenos detalhes das obras. Além disso, é possível se comunicar com Jurandy e Patrícia, que podem ser acionados e ajudar um possível novo colecionador ou responder a possíveis dúvidas. Os artistas também podem ser contactados.
Veja algumas obras e seus respectivos artistas na galeria abaixo:
Inaugurada em 25 de outubro, inicialmente a galeria contava com dez artistas. No final de 2014, mais onze se juntaram ao grupo e outros vão se unir à galeria ainda no começo de 2015. A ideia, ainda segundo Jurandy, é conseguir aglutinar a produção artística em escala nacional, trazendo diferentes expressões artísticas de diversas regiões do Brasil, além de estrangeiros residentes no país. “A escolha dos artistas é baseada em alguns critérios: a qualidade da obra e a coerência do trabalho, a pesquisa visual, a questão geográfica (onde mora), o fato do artista não estar representado por uma galeria física, além da diversidade de obras”.
Gilberto Tomé, que se uniu à galeria no final de 2014, é gravurista e vê com bons olhos a oportunidade. “É uma plataforma que me permite apresentar trabalhos variados em condições que talvez numa galeria não ficassem tão acessíveis. Nas galerias muitas vezes não se acessa todo o acervo. Eu trabalho bastante com papel, gravuras, serigrafias, estampas, consigo apresentar uma quantidade grande da minha obra”.
A fotógrafa Carolina Krieger que também integra a galeria, vê com otimismo a rapidez da comunicação propiciada pela internet. “Embora seja uma galeria online, virtual, a comunicação é muito mais rápida devido ao uso de email, da mobilidade e conectividade que ela proporciona”, conta.
No primeiro mês, a galeria recebeu 22 mil visualizações e, segundo Jurandy, os acessos e as vendas superaram muito as expectativas. Usa como exemplo uma compra feita por um colecionador brasiliense, que levou todas as obras do jovem artista alagoano, Afonso Sarmento – que nunca havia feito uma exposição.
Procurando agradar o número máximo de pessoas possível, as obras da Conectearte partem de obras que custam R$ 80, como a de Veronica Amores, até R$ 11.000, como uma pintura da libanesa Nicole Mouracade.
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