Colecionadores de arte há mais de 30 anos, Dulce e João Carlos de Figueiredo Ferraz perceberam, a certa altura, que o acervo que tinham reunido possuía grande valor cultural – não só financeiro – e que deveria estar acessível não apenas ao casal e aos amigos. Tomando uma decisão bastante rara entre colecionadores do País, decidiram abrir, na cidade de Ribeirão Preto (interior de SP), um instituto aberto ao público, focado em promover as artes plásticas.
Com mais de mil obras no acervo, o Instituto Figueiredo Ferraz completa três anos em sua estrutura atual, e ganha agora um livro (editado pela Bamboo) que apresenta parte importante da coleção e reúne textos de curadores e críticos. A ARTE!Brasileiros esteve presente no lançamento, que aconteceu nesta quinta-feira na SP-Arte, no Pavilhão da Bienal e conversou com João Carlos.
“O Instituto está se mostrando de uma importância muito grande para a cidade. Não só por trazer a arte contemporânea e desenvolver um trabalho cultural na região – que era muito carente nesse sentido –, mas principalmente em função de um grande trabalho educativo que vem fazendo com crianças”, conta.
“Através de um acordo que temos com as secretaria de Educação do município e do Estado, nós recebemos várias escolas, com crianças de 8 a 15 anos, e é surpreendente a forma como elas aproveitam, gostam, interagem. Acho que esse é o grande trabalho, porque vai formar um grande público para a cultura, pessoas com uma capacidade de raciocínio poético diferenciada.”
O colecionador vislumbra vida longa ao projeto, e ressalta a relevância que tem o instituto em um País que carece de ações efetivas do Estado na área cultural. “Isso é democratizar a cultura. E nesse sentido, se o Instituto é importante agora, vai ser mais ainda no futuro, quando essas crianças crescerem e começarem a ter uma importância na área”, conclui.
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