Depois de uma longa temporada no MALBA, em Buenos Aires, as obras da artista nipo-americana Yoko Ono chegam a São Paulo no Instituto Tomie Ohtake. A mostra, que conta com a curadoria de Gunnar B. Kvaran, tem previsão de estreia para o mês de março e será parecida com a apresentada no museu argentino.
Trata-se de uma grande retrospectiva da carreira de Ono, uma pioneira da arte conceitual que questionou as fronteiras tradicionais entre a obra e o público. Politizada, a artista octogenária é conhecida por seu engajamento na luta feminista, dentre outras causas (veja mais). Recentemente, um áudio da artista gritando em reação à vitória do candidato republicano Donald Trump viralizou nas redes.
Ela foi umas personalidades célebres, dentre outras como José Saramago e Oscar Niemeyer, que visitaram a casa da artista Tomie Ohtake (1913-2015). As duas trocavam correspondências e até cogitaram criar uma escultura juntas, que acabou não saindo do papel. Nas paredes da residência de Ohtake, uma casa no bairro paulistano do Campo Belo que em breve deve se tornar um centro cultural, há uma tela de Ono.
A mostra que será exibida no instituto é composta por cerca de 64 obras, dentre objetos, filmes, vídeos e instalações produzidas entre a década de 1960 e os dias atuais. A performance é um dos eixos centrais da exposição, com as famosas Instruções, mensagens simples que convocam o público a realizar determinadas ações, como escutar o som da Terra girando ou observar um fósforo queimando.
Outro destaque é a instalação Arriving, feita com a contribuição do público feminino. Na obra, a artista convida as mulheres latino-americanas a falarem sobre algum tipo de violência machista que já tenham sofrido. As interessadas devem enviar um pequeno texto, escrito em sua própria língua e em primeira pessoa, junto com uma foto de seus olhos. As histórias são impressas e penduradas por fios na instalação que vai aumentando de tamanho a cada história acrescentada. (Leia mais sobre o projeto).
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