IV Seminário Internacional ARTE!Brasileiros acontece no Auditório Ibirapuera

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Alfredo Jaar, Jochen Volz,Christian Dunker e Tania Rivera

 

O IV Seminário Internacional ARTE!Brasileiros acontece hoje no Auditório Ibirapuera. A primeira parte do evento contou com uma performance do artista chileno Alfredo Jaar. Arquiteto de formação, o artista ressaltou que entender o contexto dos fenômenos sociais é uma parte central de sua produção. A questão da imigração foi a temática mais abordada em sua fala. Ao longo da apresentação,  diversas fotos de refugiados foram transmitidas, enquanto o artista falava sobre a manipulação das imagens e o seu impacto diante da sociedade.

O artista terminou sua apresentação contando sobre o seu projeto The Gift, apresentado na feira Art Basel. Durante a feira, caixas de papelão azul foram distribuídas ao publico. Quando abertas, poderiam ser remontadas como obra de arte, mas o presente solicitava uma contrapartida: uma doação à ONG MOAS (Estação de Ajuda aos Migrantes em Rota Marinha), que já resgatou mais de 12 mil vidas em rotas de migração por mar. Ainda no fim de sua fala, Jaar elogiou a abertura da Olimpíada no Brasil, principalmente devido à participação da delegação de refugiados.

seloEm seguida, o curador da 32a Bienal de Sao Paulo Jochen Volz  falou sobre como a temática da Bienal – Incerteza Viva- se relaciona com o momento presente, marcado por mudanças climáticas, a crise da representatividade e a própria questão imigratória.  Porem, ele ressaltou o quanto a incerteza não “é necessariamente algo a se temer, mas uma potência que pode gerar novas perspectivas”. Volz comentou que, desde 2014, tem se interessado pelo sentido das palavras “incerteza” e ‘medida” e que, com o passar do tempo, ambas adquiriram novos significados, como demostra a atual situação política do Brasil. O curador ainda ironizou a fala de Michel Temer que, em seu discurso de posse, teria dito que a incerteza acabou. 

A psicanalista Tania Rivera também começou sua fala com uma conotação política, ao dizer: “Primeiramente, fora Temer”. Rivera citou a produção da artista Ana Maria Maiolino para também abordar  a relação entre a arte contemporânea e a realidade. Ela comentou o tema da Bienal, retomando a ideia da possibilidade de novos devires a partir do desconhecido e do incerto. “‘E preciso transformar a vulnerabilidade em potência”, afirmou.

Por fim, o psicanalista e colunista da Brasileiros Christian Dunker começou falando sobre a construção da usina de Belo Monte  e do descaso por parte das autoridades governamentais com as vítimas. A partir desse caso, Dunker abordou as conexões entre a psicanálise e a arte contemporânea, e como ambas podem ajudar a amenizar o sofrimento psíquico e os traumas gerados por eventos como Belo Monte.


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