Jovens, globalizados e contemporâneos: conheça as galerias que fazem sua estreia na SP-Arte

Cheia de surpresas, a Vila Madalena também reserva uma para os interessados nas artes: em uma discreta entrada, forte candidata a passar desapercebida, fica sediada a Blau Projects. Após atravessar um agradável jardim, o visitante se depara com um espaço pouco usual: ao contrário da maior parte das galerias, que tem como marca registrada o branco das paredes, a Blau se destaca pelas paredes cor de laranja. A idade dos artistas também chama atenção: a maioria está na casa dos trinta, enquanto que a dona, Juliana Blau, tem 27. Junto com a Blau, outras sete galerias de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre estreiam na SP-Arte: Warm, BFA Boatos, Sé, Frente, MUV Gallery, Mamute e Colecionador.  

“É simbólico ver a Sé, galeria situada no coração da cidade e que leva o nome do logradouro, participando da feira de arte mais importante da cidade” explica Maria Montero, dona da Sé Galeria. Sediada em casa de 1890 em pleno centro de São Paulo, o espaço surgiu como forma de complementar um outro projeto levado a cabo por Maria, o Phosphorus, espaço independente e voltado para práticas experimentais. Para ela, o Brasil é um país que ainda dá pouco espaço para a experimentação. Existente a dois anos, a galeria traz para a SP-Arte o artista goiano Dalton Paula, que discute atualmente a relação entre corpo e meio urbano.

Já Gabriel Caramelo, da Galeria Warm, tem como proposta que seu espaço seja um local que trabalhe a arte contemporânea de modo global. Com preferência por artistas jovens, a galeria, vem conquistando um espaço importante na cena da arte contemporânea brasileira: “Apesar das dificuldades, estamos muito otimistas, vivemos um momento bom e com artistas bons. Nossos artistas, para além da inegável qualidade, conseguem ter uma visão ampla e global que é expressa em seu trabalho, o que acaba indo de acordo com a filosofia da Warm” explica Caramelo. Para a feira, a Warm esta apostando em  Galeria um projeto solo, do artista Leonardo Stroka.

Tanto a Blau Projects, quanto a Warm, tem preferência por artistas e curadores jovens. Existente a três anos o projeto de Juliana Blau busca o enriquecimento do visitante a partir de experiências sensoriais distintas. Por essa razão, a inserção no mercado é mais lenta, embora venha obtendo progresso, afirma a galeria. 

Surgida em setembro de 2014, a Boatos Fine Arts tem como seu objetivo central promover a troca e o diálogo entre artistas estrangeiros que nunca expuseram no Brasil e jovens artistas brasileiros. Contando com um elenco de artistas jovens, todos eles nascidos depois de 1970, como destaca a galerista Anna Bergamasco, o espaço acredita na capacidade destes de desenvolver um diálogo na arte contemporânea sem limites nacionais. A BFA também participa do setor Solo da feira, tendo como seu representante o artista carioca Daniel Albuquerque.

A galeria Frente, existente a apenas um ano, já entrou na cena artística contemporânea com nomes de peso. Tendo sido a primeira mostra do espaço dedicada à artista Mira Schendel, com direito a publicação de livro da artista, o local recebe agora individual do artista Antônio Maluf, cuja curadoria é de Fabio Magalhães. Ao contrario das demais galerias paulistas estreantes na mostra, a Frente aposta em nomes clássicos e já consolidados da arte : Di Cavalcanti, Iberê Camargo, Leon Ferrari e Antonio Dias estão entre eles. A Galeria define o colecionador interessado em seu acervo como “Pessoas que tem conhecimento, tradição e que buscam obras de arte de primeira linha para compor e acrescentar a sua coleção”.

 


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.