O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) abriga a partir do dia 27 de fevereiro a mostra Natureza Franciscana, que traz uma noção contemporânea da relação colaborativa entre o ser humano e a natureza. A exposição, cuja curadoria é assinada por Felipe Chaimovich, foi organizada a partir das estrofes do Cântico das Criaturas, canção escrita por Francisco de Assis, provavelmente entre 1220 e 1226, reconhecida como texto precursor das questões referentes à ecologia.
O curador selecionou artistas que utilizam elementos da natureza em suas produções, reunindo 18 obras da coleção do museu somadas a 19 empréstimos, totalizando 37 trabalhos de fotografia, desenho, gravura, vídeo, livro de artista, instalação, obra sonora, objeto, escultura e bordado.
A divisão da mostra é feita a partir dos elementos da canção. O Sol é representado pela fotografia em cores Lâmpada (2002), da artista Lucia Koch, ao lado das fotografias em preto e branco The Celebration of Night (1991), de Marcelo Zocchio, e dos 12 livros da série I Got Up (1968-1979), do japonês On Kawara. A Águaaparece nas fotografias A Line in the Arctic #1 e A Line in the Arctic #8 (2012), do paulistano Marcelo Moscheta, e pelas obras relacionados ao projeto Coletas, da artista multimídia Brígida Baltar, que incluem imagens da série A coleta da Neblina (1998-2005), cinco desenhos de nanquim sobre papel (2004), a escultura de vidro A coleta do Orvalho (2001) e o vídeo Coletas (1998-2005).
Fogo é simbolizado pelo vídeo Homenagem a W. Turner (2002), de Thiago Rocha Pitta, e pelos vestígios de fumaça sobre acrílico e sobre papel da escultora e desenhista Shirley Paes Leme. O elemento ar fica a cargo da escultura Venus Bleue, do francês Yves Klein. As estrelas são apresentadas por meio de sete fotografias do alemão Wolfgang Tillmans. Representando a terra, são expostas 30 caixas de papelão cheias de folhas e galhos de árvore embalados em plástico, papelão e fotografias em cores, instalação feita em 1975, por Sérgio Porto, além do relevo em papel artesanal (1981), de Frans Krajcberg.
Doenças e atribulações (Aids e coquetéis anti-HIV) surgem na instalação Dis-placement (1996-7), de Paulo Lima Buenoz. A artista Nazareth Pacheco exibe série de fotografias em preto e branco, de 1993, que mostram a malformação congênita do lábio leporino, dentes, raio-x e objeto de gesso.
A morte é representada pelo último tecido bordado por José Leonilson antes de morrer, em 1993. A instalação sonora Tudo Aqui (2015), da artista Chiara Banfi, alcança todo o espaço expositivo e abrange todos os elementos representados.
Natureza Franciscana
27 de fevereiro (sábado), às 11h. Até 5 de junho
Museu de Arte Moderna de São Paulo – Parque do Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portão 3; (11) 5085-1300
De terça a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h)
www.mam.org.br
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