A 4ª edição da Mostra Internacional de Arte da Mulher Negra – Mimunegra – que começou, neste sábado,(27) às 15h, no centro do Rio de Janeiro, homenageia a atriz e cantora Zezé Motta. O evento vai até as 22h e tem entrada franca no Teatro Dulcina.
Uma das idealizadoras do evento, Iléa Ferraz explicou que a mostra homenageia em cada edição personagens emblemáticas na luta pelos direitos da mulher negra.
No primeiro ano foi destaque a escritora Carolina Maria de Jesus, no segundo, a cozinheira e mãe de santo Tia Ciata e no ano passado, algumas personalidades femininas, comentou.
“Neste ano, Zezé Motta completa 70 anos de idade e 50 de carreira, nada mais justo homenageá-la por tudo que representa. É uma atriz negra que se transformou em símbolo internacional. É com certeza a primeira atriz brasileira que ganha esse estrelato interpretando um ícone nacional que é Chica da Silva”, explicou.
Iléa ressaltou o papel social e político que Zezé Motta desempenhou na luta pela igualdade racial.
“Ela fundou [em 1984] o Cidan, Centro de Informação e Documentação do Artista Negro. Por meio desse centro, muitos dos artistas negros estão hoje na mídia, têm visibilidade, eles começaram no Cidan. Ela tem essa preocupação de aumentar a atuação de atores e atrizes negros, ocupando os espaços”, disse.
Outra iniciativa de Zezé, lembrada por Iléa, foi a criação do curso Arte de Representar Dignidade, implantado em várias comunidades do Rio de Janeiro, que ajudou na formação de jovens artistas negros que hoje estão na televisão e no teatro.
A programação inclui exposição fotográfica de Zezé Motta, assinada por profissionais nacionais e internacionais, e o Prêmio Divas, concedido a Renata Felinto (artes visuais – SP), dona Ivone Lara (música), Aduni Benton (teatro), Lia Vieira (literatura), Eliete Miranda (dança) e Vovó Maria (personalidade).
A festa termina com show de Zezé Motta que canta dona Ivone Lara, com participação especial da inglesa Folakemi. Durante toda a programação, um pequeno tablado no foyer do teatro servirá de palco para manifestações, como esquetes, poesias, dança, música ou simplesmente para deixar depoimentos sobre a carreira artística da diva da Mimunegra 2014.
Ilea explicou que uma das propostas da mostra é discutir a participação da mulher negra na sociedade brasileira e fomentar políticas públicas que valorizem a trajetória das artistas e produtoras negras, viabilizando a geração de mais trabalho na produção, direção, no roteiro e na interpretação para as mulheres negras que ainda são pouco contempladas e reconhecidas na grande mídia.
*Colaborou Dylan Araujo, repórter da Rádio Nacional
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