Se já era considerado em vida um dos mais importantes artistas brasileiros do século 20, Amilcar de Castro (1920-2002) seguiu recebendo destaque crescente após sua morte, há 14 anos. Exposições no Brasil, no exterior e vendas de suas obras para grandes coleções e museus colocaram cada vez mais o pintor, escultor e desenhista mineiro no mapa internacional das artes. Nesse contexto, a mostra individual de Amilcar que abre na Galeria Marília Razuk, no dia 19, chega para mostrar mais um recorte possível da obra do artista.
Com curadoria de Rodrigo de Castro, filho de Amilcar, a exposição reúne esculturas em aço cortén, desenhos em acrílico sobre tela e sobre papel, além de projetos para esculturas. Datadas das décadas de 1970 e 1980, essas obras foram selecionadas, segundo o curador, “pela pouca visibilidade expositiva que tiveram na trajetória do artista”.
Formado em direito pela UFMG em 1945, Amilcar começou a aprofundar seu interesse pelas artes visuais na mesma década, frequentando curso livre de desenho e pintura com Alberto da Veiga Guinard e de escultura figurativa com Franz Weissmann. Nos anos seguintes, quando começa a ganhar algum destaque – primeiro com seus desenhos, depois com esculturas –, o artista expõe junto ao grupo concretista, em 1956, e assina o Manifesto Neoconcreto, em 1959.
Nas décadas seguintes, variando residência entre Rio e Belo Horizonte – com período nos EUA – e trabalhando também como professor, Amilcar desenvolveu as diferentes facetas de sua obra. Como escultor, virou referência com suas obras fundadas quase exclusivamente em duas ações (corte e dobra, que nem sempre vem juntas) sobre ferro e madeira. Como pintor, inovou ao utilizar a vassoura ou a trincha no lugar do tradicional pincel. Em todas as plataformas, mostrou notável liberdade em sua criação artística.
Serviço – Amilcar de Castro
Galeria Marília Razuk – Rua Jerônimo da Veiga, 131 – Itaim Bibi – São Paulo
De 19 de março a 30 de abril
(11) 3079-0853
galeriamariliarazuk.com.br
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