O boom do mercado asiático de arte

Obra do consagrado pinto chinês zhang Xiaogang

FEIRAS DE ARTES NA ÁSIA acontecem durante o ano todo e são programadas para não concorrerem com feiras internacionais tradicionais, como Armory, em Nova York; Basel, na Suíça; FIAC, em Paris; e Frieze, em Londres.

A feira principal é, sem dúvida, a Art HK – Hong Kong International Art Fair, que terá sua próxima edição em maio de 2013. Leiloeiros de toda a Ásia promovem suas vendas em Hong Kong, buscando uma eficaz sinergia com a feira. Durante esse período, as vendas ultrapassam os 100 milhões de dólares no segmento das artes plásticas.

Crescem as casas de leilões do mercado do leste asiático, além das casas mais tradicionais do mercado internacional, já instaladas há algum tempo. A maioria dessas casas promove vendas em Hong Kong e no mercado doméstico. Vale realçar que, no contexto global, a Christie’s e a Sotheby’s vendem, juntas, anualmente 10 bilhões de dólares em leilão, são as duas maiores casas leiloeiras do mundo e fundadas há mais de 200 anos. Mas é de pasmar como as casas chinesas Beijing Poly International e a China Guardian Auctions tenham se tornado a terceira e quarta maiores casas de leilão do mundo, com mais de 3 bilhões de dólares de venda conjunta em 2011, e com respectivos seis e 20 anos de existência. Praticamente um aumento de pelo menos dez vezes em comparação ao mercado no ano 2000, o que ilustra bem a rápida evolução da economia e do mercado chinês de arte. No mesmo ano de 2011, a venda das três maiores casas de leilão japonesas totalizou apenas 93 milhões de dólares, ou seja, aproximadamente 3% da venda das duas maiores casas chinesas.

O mais interessante é o fato de que no Japão, arte e produtos supérfluos são vendidos no varejo e não em leilões. Só em lojas japonesas de departamento, em 2011, foram vendidos três bilhões de dólares em arte e objetos preciosos, as mesmas categorias que se vendem em leilão. Como, por exemplo, uma obra do artista chinês Zhang Xiaogang, nascido 1958, foi vendida, em 1999, por mil dólares e em menos de dez anos seu valor atingiu a faixa dos 6 milhões de dólares. Isso constata o provável nacionalismo exacerbado e a força do atual mercado de arte contemporânea na China.

Aproximadamente, 39 galerias participaram de todas as cinco edições da seletiva feira de arte de Hong Kong, entre elas, a 10 Chancery Lane Gallery (Hong Kong), Arario Gallery (South Korea), Arataniurano (Japan), Aye Gallery (China), Beijing Art Now Gallery (China), Boers-Li Gallery (China), Ben Brown Gallery (Hong Kong), Cais Gallery (South Korea), The Cat Street Gallery (Hong Kong), The Drawing Room (Phillipines), Langgeng Gallery (Indonésia), Eslite Gallery (South Korea), Gana Art (South Korea), Hakgojae Gallery (South Korea).
Pode-se dizer que muitos dos mais renomados artistas asiáticos do momento são representados por essas galerias e responsáveis por boa parte de suas das vendas.

O mercado de arte contemporânea cresce e já tem a China novamente em primeiro lugar, com 490 milhões de dólares, Estados Unidos em segundo com 320 milhões, Inglaterra em terceiro com 250 milhões, e de longe, em quarto, a França com 27 milhões (valores aproximados no período de julho de 2010 a junho de 2011).

O mercado asiático se tornará cada vez mais importante nos próximos 20 anos. Em 2010, entre as 11 maiores economias do mundo, o leste asiático e Índia contam com uma participação de 19,6%. Em 2030, a previsão é de que a Ásia atinja uma participação de cerca 32,30% na economia mundial.


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