O espaço aberto da SP-Arte

Criado em 2015 para expor grandes instalações, esculturas e obras site-specific de artistas convidados, o setor Open Plan se diferencia dos outros espaços da SP-Arte não só pelo caráter das obras que apresenta, mas também por ser montado sem divisões de estandes e, deste modo, se assemelhar mais a uma exposição de arte do que a um espaço de feira. Segundo o curador do espaço, Jacopo Crivelli Visconti, a intenção é justamente essa: “Mesmo que as obras estejam à venda, a ideia é focar na produção artística em si, não no lado comercial, e assim ajudar a criar um contexto para o evento”.

Para aprofundar a proposta, este ano o setor apresenta apenas trabalhos inéditos, comissionados, criados pelos artistas selecionados especialmente para a feira paulistana. Para Visconti, isso possibilita um diálogo mais forte entre as obras e o pavilhão da Bienal, além de criar uma dinâmica viva para o próprio Open Plan: “A mudança no projeto de um ano para o outro é interessante e extremamente coerente com a ideia do nome (plano aberto, em português), de algo que está por se fazer, que pode se transformar”.

Os nove nomes selecionados para o setor este ano são de artistas acostumados a trabalhar com obras tridimensionais, sendo muitos deles ainda pouco conhecidos no Brasil. Os trabalhos de Daniel de Paula, Marcelo Cidade, Hector Zamora, Asier Mendizabal, Seb Patane, Christodoulos Panayiotou, Victoria Fu, Francesco Arena e Radamés “Juni” Figueroa – os dois primeiros brasileiros – ocuparão um espaço de cerca de dois mil metros quadrados no segundo andar do pavilhão.

O setor Open Plan é também tema de um dos debates do ciclo TALKS, realizado pela ARTE!Brasileiros em parceria com a SP-Arte. De acordo com Visconti, que dividirá a mesa com quatro artistas que integram o projeto, a ideia é debater a concepção das obras e suas relações com o espaço expositivo: “Quisemos reunir artistas de fora – Radamés ‘Juni’ Figueroa, Seb Patane e Francesco Arena –, com o contraponto de um brasileiro, que é o Daniel de Paula, para cada um deles explicar como fez a obra, como se relacionou com o prédio do Oscar Niemeyer e como enxerga o projeto de um modo mais geral”.


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