Nascido em 1948, em Nossa Senhora da Glória, Sergipe, Cícero Alves dos Santos, o Véio, sabia que queria ser artista desde os 5 anos. O sertanejo, que pela tradição familiar deveria ter trabalhado na lavoura, sempre talhou na madeira figuras que, um dia, por sua sofisticação e estética particular, alcançaríam os acervos de instituições como a Pinacoteca de São Paulo, o MAM-Rio, o MAR-Museu de Arte do Rio e o Memorial de Sergipe. Sua obra é representado pela Galeria Estação.
O artista plástico Véio, diante de L’Abbazia di San Gregorio, que abriga exposição com suas criações durante a 56ª Bienal de Veneza/Foto: Patricia Rousseaux
Depois de ter visto as criações de Véio na mostra coletiva Teimosia da Imaginação, no Instituto Tomie Ohtake, em 2012, o curador francés Hervé Chandès o escolheu como um dos artistas que apresentariam suas obras na Fondation Cartier pour l’Art Contemporain, em Paris.
Hoje, por ocasião da 56ª Bienal de Veneza, os trabalhos de Véio ocupam um célebre monumento veneziano, L’Abbazia di San Gregorio, um edifício do século XIII, ao lado da igreja da Salute, com uma instalação curada pelo italiano Stefano Rabolli Pansera, composta de mais de cem esculturas de madeira pintada.
Esta instalação foi promovida pela marca italiana Marni, especialmente para a comemoração dos seus 20 anos. Véio foi escolhido para a ocasião por Consuelo Castiglioni, diretora e designer da tradicional grife, depois que ela viu seus trabalhos na França.
No ano passado, para comemorar seus dez anos, a Galeria Estação, em São Paulo, apresentou 45 trabalhos do artista sergipano.
Para Véio, o mais importante foi sempre fazer diferente, não apenas ser artista e sim, também, ser reconhecido. E é.
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