Foto Reprodução – Ovidio Vieira / Folhapress
A arte brasileira está de luto. Figura vital para o desenvolvimento artístico do País, o professor e crítico Walter Zanini, de 87 anos, morreu na última terça-feira, dia 29, em São Paulo. Professor doutor pela Universite de Paris VIII e Professor Titular e Emérito da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, Zanini nasceu em São Paulo no dia 21 de maio de 1925. A causa da morte não foi divulgada por seus familiares.
Apontado como um dos maiores historiadores e críticos do País, Zanini foi o primeiro diretor do Museu de Arte Contemporânea (MAC-USP), de 1963 a 1978. Durante sua gestão, ampliou e incorporou ao acervo do museu obras em vídeo e fotografia, linguagens então incipientes no mundo das artes contemporâneas brasileiras.
Ao lado de Donato Ferrari, Regina Silveira, Julio Plaza e outros, idealizou e ajudou a implantar os cursos de graduação e pós-graduação em artes plásticas da ECA-USP e o programa de graduação em artes plásticas da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), também em São Paulo.
Ainda jovem, estudou a história da arte em Roma, Paris e Londres. Seu vasto conhecimento no assunto o credenciou a atuar como editor-chefe do livro História Geral da Arte no Brasil (1992), referência no segmento em solo brasileiro. Foi também curador da 16ª e 17ª edições da Bienal Internacional de São Paulo, realizadas respectivamente em 1981 e 1983.
Na USP, foi também diretor da ECA entre os anos de 1985 e 1989, onde criou um Instituto de Artes que propunha reunir os mais diversos professores da área artística da universidade. Também no MAC-USP, organizou mostras de fotógrafos históricos como Brassaï e Henri Cartier-Bresson, além de exibir obras de artistas como Regina Silveira, Cildo Meireles e Artur Barrio, então vanguardistas na arte contemporânea brasileira da época.
Grande apoiador de obras e formatos inovadores, tornou-se um dos mais celebrados difusores da videoarte no Brasil. Em virtude de sua atuação no segmento, será homenageado na 30ª edição do festival Videobrasil, que está marcado para outubro deste ano, no Sesc Pompeia, em São Paulo.
Mais do que o legado de suas ações junto à cultura brasileira, Zanini nos deixa o exemplo de uma vida dedicada a uma paixão e a um ideal. Em seu caso, as artes em suas mais diversas formas, categorias e estilos. O corpo do historiador, curador e crítico foi velado e cremado no cemitério da Vila Alpina, na zona leste da capital paulista.
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