Nesta edição, entre outros temas, levantamos a questão: por onde escoa a produção brasileira de arte? No caso do mercado, é inevitável que se refaça a trajetória percorrida neste meio ano, repleto de feiras que, ao finalizarem uma edição, parecem deixar em aberto a curiosidade do público pela próxima. A ARTE!Brasileiros esteve presente em algumas delas e, sem preconceitos nostálgicos, constatou que a arte hoje é desprovida de certezas e aberta a experimentações que não anulam as existentes, mas se alimentam delas para depois devolverem ao mercado em alta, obras inovadoras.
O excesso de protagonistas no atual cenário das artes faz com que a produção internacional também se diversifique para dar conta da demanda. O grupo alemão Lichtfaktor não se preocupa com o espaço físico como os grafiteiros convencionais. Qualquer lugar é lugar para seus desenhos incandescentes, que não necessitam de paredes. A luz atua como tinta e pincel onde for projetada. Sem tecnologia, sem web, as obras militantes de Frans Krajcberg, um dos primeiros artistas a se preocupar seriamente com a extinção da natureza, também utilizam a luz, mas aquela emanada pelos incêndios que destroem as matas.
A brasilidade contida na produção de Glauco Rodrigues o coloca, de forma distinta, no cenário da produção nacional, enquanto Marcius Galan, com economia de gestos, nos leva a experimentar uma sensibilidade espacial. Com um texto exclusivo para a ARTE!Brasileiros, o curador americano Philip Larratt-Smith nos brinda com um olhar diferenciado sobre a obra de Louise Bourgeois, em exposição no Instituto Tomie Ohtake, aqui em São Paulo. Também fomos à Barra Funda, antiga área fabril, onde conferimos alguns ateliês de artistas que escolheram este bairro para desenvolver seus trabalhos. Hoje eles estão cercados por galerias e faculdade de arte, teatro, centros culturais; enfim, por equipamentos culturais que atraem uma população crítica e atuante.
Boa Leitura!
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