Oi futuro, a casa da contemporaneidade no Rio de Janeiro

O Instituto Oi Futuro foi criado há dez anos para dar mais contemporaneidade à cena artística do Rio de Janeiro. Sediado no antigo prédio da Telefônica carioca, e em Ipanema já adensou o perfil cultural da cidade.

Maria Arlete, coordenadora da parte cultural, diz que a missão do Oi Futuro é contribuir para a democratização e o acesso de milhões de jovens e crianças à cultura, às artes, à tecnologia e às práticas esportivas e ambientais por meio de projetos próprios e parcerias. Segundo Maria Arlete, nos últimos seis anos, o Oi Futuro investiu mais de R$ 500 milhões em iniciativas em todo o País.

A programação é pluralista e abrange vários segmentos da arte. Nesse momento, está em cartaz a mostra High-Tech/Low-Tech, que reúne trabalhos de artistas de vários países. No entanto, em janeiro último o instituto foi alvo de críticas quando cancelou a mostra da fotógrafa americana Nan Godin, cujo trabalho em foto e vídeo retrata a vida de homossexuais, mulheres espancadas e cenas com consumo de drogas. Porém, manteve seu patrocínio para a mostra, que foi inaugurada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro sem problemas.

Em defesa da instituição, Maria Arlete explica que o Oi Futuro respeita qualquer manifestação artística. “Nesses dez anos, o instituto apoiou mais de 1.570 projetos culturais. A diversidade dessas iniciativas, que incluem artes visuais, cultura popular, cinema, dança, teatro, música, publicações e documentação, novas mídias, além de apoio a patrimônio cultural e espaços culturais, corrobora a vocação pluralista e democrática do instituto.”

Com relação ao projeto Nan Goldin, que inclui acervo e produção local de uma série no Rio de Janeiro, ela diz que a decisão do Oi Futuro foi manter o patrocínio e buscar alternativas para a exposição da obra em outro ambiente que não o centro cultural localizado no Flamengo. Ou seja, a decisão não foi contra a exposição em si, mas sim em relação ao ambiente onde ela seria exibida. Maria Arlete enfatiza que “o conteúdo da exposição não tem correspondência com a missão do Instituto Oi Futuro, que é a promoção da educação e a difusão de novas tecnologias como ferramentas de aprendizado. É fundamental enfatizar que o Oi Futuro tem como foco prioritário crianças e adolescentes menores de 18 anos”.

Diariamente, o centro cultural localizado no Flamengo, segundo Maria Arlete, recebe dezenas de alunos das escolas das redes pública e privada para visitas guiadas, com entrada franca. “Nos finais de semana, o local abriga peças infantis e incentiva que o espaço de exposição fique à disposição do público. O Oi Futuro, assim como todos os brasileiros, está legalmente compelido a respeitar o Estatuto da Criança e do Adolescente, que regulamenta o tratamento social e legal a ser dado a crianças e adolescentes em todo o País, visando sua proteção integral.”

Perante o ocorrido, Maria Arlete explica que o Oi Futuro reconhece que pode ter incorrido em falha ao incluir na programação de seu centro cultural um projeto cujo conteúdo estava indefinido. “Desde que a falha foi detectada, a instituição buscou uma solução que não prejudicasse nenhum dos envolvidos. Tanto é que manteve o patrocínio financeiro comprometido com o projeto.”

A coordenadora ressalta ainda que não foi só o Oi Futuro que considerou o conteúdo da exposição restritivo para determinados públicos. “A mídia impressa não publicou as fotos mais explícitas da exposição. E, mesmo na internet, quando elas foram publicadas, houve advertências, como, por exemplo: ‘Atenção: o vídeo a seguir contém imagens agressivas’ e ‘Aviso: o vídeo a seguir contém imagens fortes, com cenas de sexo explícito e consumo de drogas’.”

O MAM, onde a exposição está em cartaz, declarou que parte do acervo ficará em um local onde haverá um “aviso grande sobre seu conteúdo e monitores que só permitirão o acesso a quem for comprovadamente maior de idade”. Durante o vernissage, tudo transcorreu na normalidade.

Para terminar, Maria Arlete reafirma que o Oi Futuro tem compromisso com a responsabilidade social e total respeito às manifestações artísticas e à liberdade de expressão. “No entanto, é fundamental ressaltar que o Oi Futuro não apoia e nem apoiará qualquer ação que infrinja o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).”


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