Grafiteiros que aderirem ao projeto Museu de Arte de Rua, que a Prefeitura de São Paulo lançou nesta sexta (10) para “promover intervenções de arte em paredes e muros de áreas públicas”, não poderão fazer qualquer tipo de manifestação política em seus trabalhos, especialmente contra partidos e governos. Também serão vetadas manifestações de natureza religiosa.
A regra foi confirmada hoje, em coletiva de imprensa, pelo secretário de cultura André Sturm. Estavam presentes o prefeito João Dória, além de dois artistas que participam da elaboração do projeto, Binho e Mauro Neri.
“A comissão dos grafiteiros [que avaliará os projetos], junto conosco, propuseram, e a gente colocou no edital, que não serão permitidas manifestações de cunho religioso, político ou discriminatórias. Então esse tipo de manifestação não será permitido nas obras”, respondeu Sturm.
Conforme anunciado, a prefeitura vai destinar R$ 200 mil ao edital. O recurso terá origem em arrecadação com patrocinadores. Os artistas selecionados poderão indicar as áreas que pretendem ocupar, com a condição de que sejam públicas.
“A ideia é que a gente tenha mais liberdade, e não que a gente precise ter autorização sempre pra fazer, para passar as mensagens que a gente julga importantes, mas isso vai ser aos poucos, talvez não seja em quatro anos que a gente vai conseguir colocar isso”, complementou o grafiteiro Mauro Neri.
“A gente tem que criar um diálogo para que ambos os lados aprendam com esse tipo de manifestação. Mas a gente espera que num futuro a gente tenha liberdade para escrever o que a gente acredita”
Deixe um comentário