Regina Silveira

Há muito envolvida em processos gráficos de reprodução da imagem e adepta dos recursos eletrônicos, a artista plástica Regina Silveira apresenta mais um desdobramento de suas investigações. Trata-se da exposição Ex-Orbis em cartaz no Rio de Janeiro, em que cada trabalho é uma associação nada aleatória de máquinas voadoras de diferentes épocas e procedências. Ao contrário, a organização obedeceu à rígida aplicação de uma escala de progressão matemática derivada dos ritmos da natureza. O resultado é próprio de Regina Silveira: uma sucessão de tramas visualmente complexas, criadas com o propósito de induzir o olhar do espectador a decifrá-las como o equivalente visual da velocidade das próprias aeronaves.

Bacharel em pintura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mestre e doutora em artes pela Universidade de São Paulo, desde cedo Regina Silveira fez oposição ao culto do objeto. Sem desprezar suas experiências iniciais como pintora, desenhista e gravadora, inicialmente de características figurativas expressionistas típicas da modernidade brasileira, mais tarde aberta às influências abstratas -, ela envolveu-se definitivamente pelo grafismo e pelos meios eletrônicos. Projeções, instalações, intervenções, fotografias, bem como todas as possibilidades juntas são consideradas, a exemplo de uma das apresentações que fez em São Paulo, no Centro Cultural Banco do Brasil, Lúmen, em que ela estilhaçou com luz e filtro a claraboia art nouveau do edifício e fez uma colagem digital surpreendente, uma de suas marcas.

A origem de Ex-Orbis, em cartaz agora, tem mais de dez anos. Foi cenário para a peça Mais Pesado que o Ar, de Denise Stoklos. Depois, o trabalho foi executado como uma plotter para a fachada do Museu Nacional da Aviação em Ottawa, Canadá. Também, mais recentemente, em 2001, foi instalado como um painel cerâmico no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. E, agora, aterrisa em uma serigrafia, dois desenhos e cinco fotografias na galeria da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro.


De 14/1 a 21/3 – Escola de Artes Visuais do Parqhe Lage
Rua Jardim Botânico, 414 – Jardim Botânico – RJ
Telefone: (21) 3257-1800 – (21) 3257-1823
De segunda a quinta, das 9h às 22h, sexta, sábado e
domingo das 9h às 17h – Entrada franca



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