A revista Frieze, respeitada publicação sobre cultura e arte contemporânea com edições em Londres, Berlim e Nova York, divulgou em seu blog nesta quinta-feira, dia 20, uma lista de exposições, eventos culturais que marcaram o ano.
Entre os highlights, estão artistas representados pela Galeria Luisa Strina como Fernanda Gomes, com sua instalação na 30ª Bienal de São Paulo; a exposição coletiva Parque Industrial, com curadora de Julieta González, e The Ungovernables, a segunda trienal do New Museum, New York, com curadoria de Eungie Joo e os artistas Adrian Villar Rojas, Nicolás Paris.
A instalação de Fernanda Gomes destacada na lista utiliza móveis, artigos domésticos e elementos achados no ambiente para intervir na arquitetura local, transformando os espaços e ressignificando objetos.
Já a coletiva Parque Industrial é composta pelos artistas Yael Bartana, Thomas Bayrle, Alexandre da Cunha, Carlos Garaicoa, Magdalena Jitrik, Jac Leirner, Renata Lucas, Marepe, Josephine Meckseper, Cildo Meireles, Mai-Thu Perret, Pedro Reyes e Gabriel Sierra e trata da relação dos operários e do produto de seu trabalho. A exposição empresta seu nome e abordagem temática do romance proletário de Patricia Galvão datado 1933, no qual retrata as vidas de um grupo de operárias têxteis no bairro industrial do Brás, em São Paulo.
Estruturada como uma peça de cinco atos, onde cada ato pode ser visto como uma mostra autônoma, a exposição é igualmente construída como um “teatro de objetos” que faz referência ao uso estrutural do objeto, por Georges Perec, em seu romance Les Choses, une histoire dês années soixante (1965), e ao recurso aos procedimentos cênicos adotados por Jean-Luc Godard e Jean Pierre Gorin no filme Tout Va Bien (1972).
Ao reconhecer a impossibilidade de representar uma geração que está em formação, os artistas que integram a mostra The Ungovernables optam por ter como tema as urgências – formais, filosóficas, materiais e ideológicas – e a energia que a caracterizam. Uma geração que, ao vir de uma sequencia de movimentos revolucionários e ditaduras militares e viver o crescimento do capitalismo das crises econômicas e do fortalecimento do fundamentalismo, alia uma complexa e sombria relação com a história e um pragmatismo e esperança no seu trabalho.
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