Saiba como foi a Arco Madrid, com forte presença brasileira

Beta Pictoris Gallery-Maus Contemporary( Birmingham, Alabama-USA) Obra de Taravat Mercedes 230 Coup+®
Estande da Beta Pictoris Gallery-Maus Contemporary (Birmingham, Alabama) na Arco. Foto: Raquel Romero Faz

A Arco Madri, uma das maiores feiras da Europa, encerrou neste domingo sua 35ª edição, que teve a participação de 221 galerias de 27 países, entre elas 12 brasileiras. Durante o evento, o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) adquiriu uma obra única do artista brasileiro Hudinilson Urbano Jr, representado pela Galeria Jaqueline Martins, de São Paulo. Sem Título, o trabalho é datado dos anos 1980 e trata-se de um Xerox, colagem sobre papel em edição única, Políptico de 10 peças, 28 x 21,5 cm (cada). Hudinilson é um artista multimídia, um dos pioneiros no uso da arte Xerox no Brasil.

Obra do brasileiro hudinilson Jr. vendida ao MoMA durante a ARCO
Obra do brasileiro Hudinilson Jr. vendida ao MoMA durante a ARCO

A feira madrilenha, que abriu dia 24 na capital espanhola, comemorou seus 35 anos com diversas atividades especiais, debates, exposições e intervenções pela cidade. O começo da feira, no ano 1982, marcou o início de um tempo novo e fresco para as artes na Espanha, com ares de expansão econômica que acompanharam os primeiros passos de um evento que representava o entusiasmo e expectativa do triunfo da arte contemporânea no país.

A feira de 2016 foi dividida em quatro partes principais: o Programa General, com 167 galerias; a Solo Projects, com 18; a Opening, com 18; além das 30 galerias especialmente convidadas para a programação do ano de aniversário. As galerias brasileiras participantes do evento são Anita Schwartz, Baró, Casa Triângulo, Dan, Fortes Vilaça, Jaqueline Martins, Leme, Luciana Brito, Luisa Strina, Marilia Razuk, Mendes Wood DM e Vermelho.

O diretor de Arco, Carlos Urroz, falou com a imprensa sobre a dificuldade na seleção das galerias participantes neste ano, já que as solicitações aumentaram 40%. Mantendo as tradicionais e pioneiras galerias espanholas Marlborough ou Elvira González, além de novos espaços como Casa Sin Fin, estão presentes também nomes europeus como as galerias Lelong (Paris) e Zeno ( Bélgica). Do circuito de arte norte-americana destaca-se a Galeria Beta Pictoris Gallery/Maus Contemporary, de Alabama.

Arco Madrid resumiu sua atividade em várias obras decisivas para compreender o espírito e intuito desta edição. Uma impactante obra do americano Travis Sommerville trata do assunto dos refugiados, da falta de esperança e do medo que está sendo vivenciado nas costas italianas e gregas. Em outra das obras da feira, com a bandeira de Cuba desenhada com notas de dólar, o artista brasileiro Lourival Cuquinha reflete sobre a especulação no mercado da arte.

A precariedade no trabalho e a crise nos países desenvolvidos foi mostrada pelo artista mexicano residente no Brasil Héctor Mendoza, através de uma escultura-instalação de uma bicicleta com tijolos –  meio de transporte de muitos pedreiros brasileiros para ir ao trabalho. Outras obras destacadas foram as da artista Milja Laurila, da galeria Taik Persons, que passou os últimos 10 anos desenvolvendo um método de trabalho que consiste em descontextualizar diferentes fotografias obtidas de livros de medicina, principalmente, para lhes dar um ar de naturalidade, mostrando uma superposição de corpos magros, gordos, saudáveis e doentes, numa tentativa de questionar a perfeição.

Outros destaques da feira foram a instalação de duas figuras inquietantes e realistas do artista madrilenho Juan Muñoz, da Galeria Elvira González, uma obra de Anish Kapoor em Lisson, a pintura de Michael Borremans en Zeno X, e uma escultura de G. Baselitz em Thaddaeus Ropac. Espalhadas pelos pavilhões, encontramos ainda obras de Tápies, Miró, Kounellis, Plensa, Candida Höfer, Wilfredo Lam e obras madrilenha como a de Antonio López na Galeria Marlborough.

Também houve espaço na feira para apostas mais arriscadas, como o trabalho do mexicano Emilio Rojas na Galeria José de la Fuente, onde exercita uma performance na qual aparece trancado e desnudo entre palés coloridos e colocados como uma prisão.

 


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