Há três anos, no dia 25 de janeiro, aniversário da cidade de São Paulo, a Vila Madalena foi ocupada por fotógrafos e exposições que a retratavam. Uma maneira de presenteá-la, mas acima de tudo uma maneira de documentar a cidade e criar um arquivo imagético de suas inúmeras facetas, becos, ruas, bairros. A proposta de ocupação fotográfica foi idealizada pelo jornalista Fernando Costa Netto que, junto com a editora de fotografia Mônica Maia, dirige a DOC Galeria. “Na verdade, o evento nasceu no centro de São Paulo, em 2009, durante a euforia de sua revitalização”, conta Fernando. “Naquele ano, ocupamos a Praça Antonio Prado. Participaram 65 fotógrafos, desde os que estavam iniciando até os de renome.” Mas a festa durou pouco, no ano seguinte, o evento não aconteceu. Foi então que Fernando Costa Netto teve a ideia de voltar para “casa”, a Vila Madalena e desde 2011 o evento, que tem patrocínio da Samsung, acontece pontualmente. Parecia um caminho natural, visto também a tradição da Vila Madalena de ser um bairro que, desde os anos 1970, reúne esse tipo de manifestação.
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Ocupar a cidade com fotografia é também uma nova forma de expor fotografias, sair dos espaços consagrados das galerias e dos museus. Como se devolvêssemos a fotografia a seu habitat natural: estar espalhada por aí para ser vista, admirada e consumida esteticamente. Mas além do prazer estético o mais importante é que a cidade vai sendo escaneada pelos fotógrafos, documentada e assim também narrada. Nesta sua última edição, mais de 65 fotógrafos participaram, reunindo um total de 600 fotos divididas em 40 exposições que ocuparam bares, lojas, galerias de 11 ruas do bairro. Um trabalho que leva quase um ano para ser organizado, desde a convocação dos fotógrafos, a curadoria que se debruça sobre as imagens e dá o tom para as mostras: “É um trabalho de equipe, de uma boa equipe que ajuda a montar tudo. Do ano passado para este, dobramos de tamanho”.
O melhor de tudo isso é que a fotografia, cada vez mais, está em todos os lugares, se oferecendo para ser admirada. É isso que vale no final.
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