Desenho-pintura, desenho-instalação, pintura-literatura são algumas das expressões que Marcelo Solá lança mão para desenvolver sua obra. Ele articula e desarticula elementos gráficos e palavras ressignificando-os. E nos lembra de que, nos primórdios, a escrita eram símbolos gráficos, como até hoje acontece em alguns alfabetos. Sua escrita é carregada de elementos contemporâneos, como política, religião, sexualidade e urbanidade.
Solá exibe sua última produção em pinturas, serigrafias e desenhos em dois espaços no Rio de Janeiro.
Nascido em Goiânia (1971), utiliza técnicas mistas para produzir suas obras, sem se preocupar em enquadrá-las. Para ele, aliás, tudo vem junto. “Quando estou escrevendo, estou desenhando. Quando estou desenhando, estou escrevendo”, costuma dizer. “Na pré-escola, nós somos estimulados a desenhar para nos expressarmos. Depois, somos alfabetizados e pedem que nos expressem dessa forma, mas eu nunca parei de desenhar”, diz o artista, que já teve sua fase de grafiteiro, na adolescência, e também já fez oficinas com artistas como Carlos Fajardo, Nina Moraes e José Espaniol.
Solá esteve na 25a Bienal de São Paulo, em 2002, quando apresentou uma instalação composta por escultura, desenhos e um mural. Criou um ambiente sombrio, todo em preto e branco, no qual, ao lado do mural composto por um enorme plano preto recortado por camadas de túneis e palavras enterradas, havia uma espécie de avião formado por carrinhos em que se conduzem caixões nos cemitérios. Além disso, já expôs em museus e galerias de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Nova York, Quebec, Madri, entre outras.
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A pop art, o cinema, os quadrinhos, o rock e a música eletrônica estão presentes em seus trabalhos e são suas maiores influências, assim como as cidades por onde transita. Cita a poeta Ana Cristina Cesar (1952-1983), que também desenhava, e o artista Andy Warhol (1928-1987) como referências, mas não está atrelado a esta ou aquela escola. Segue seu próprio caminho.
Casa da Cultura Laura Alvim
Av. Vieira Souto, 176 – Ipanema – RJ
Telefone: (21) 2332-2040
Até 1 de agosto
Terça a domingo, das 13 às 21 horas
Galeria Arte em Dobro
Rua Dias Ferreira, 417/205 e 206 – Leblon – RJ
Telefone: (21) 2259-1952
Até 7 de agosto
Segunda à sexta, das 10 às 18 horas
Sábados, sob consulta
Paloma Varón é jornalista de Brasília com atuação na área cultural. Foi assessora de curadoria na 10a Bienal Internacional de Curitiba de 2009
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